- O Bundestag aprovou a lei de pensões, com oposição de sete deputados da CDU/CSU; a medida mantém o nível atual de pensões até, pelo menos, 2031.
- Também foi anunciada a criação de um serviço militar voluntário a partir de 2026.
- Friedrich Merz viajou a Bruxelas para tentar convencer o líder belga Bart De Wever a levantar o veto ao uso de ativos russos congelados financiando a Ucrânia.
- As mudanças prometidas pelo governo não avançaram de forma consistente, com reflexos na credibilidade de Merz e na economia alemã, diante da pressão da AfD nas eleições regionais de 2026.
- Merz busca consolidar liderança europeia em meio a vocês de Rússia, Estados Unidos e China, enquanto críticas sobre controlar o próprio partido persistem.
Friedrich Merz teve uma semana tensa no governo alemão. O Bundestag aprovou a lei de pensões com oposição de sete deputados da CDU/CSU, consolidando o que ele chamou de avanços. Ao mesmo tempo, o governo anunciou o serviço militar voluntário a partir de 2026. Merz viajou a Bruxelas para tratar de uma pauta europeia estratégica.
A votação do plano de pensões ocorreu na manhã de sexta-feira, após semanas de disputa interna no partido conservador. A proposta visa manter o nível atual de pensões até 2031, enfrentando resistência de jovens e críticas sobre equidade entre gerações. A coalizão manteve a maioria, mas com dissidência interna.
Paralelamente, o governo promoveu o anúncio do serviço militar voluntário a partir de 2026, visto como uma prioridade de segurança interna. O deputado Jürgen Hardt, da CDU/CSU, ressaltou que a medida é parte de um pacote de reforço institucional e de presença alemã na defesa nacional.
Merz voou a Bruxelas para reuniões com o líder belga Bart De Wever, buscando apoio para levantar veto sobre ativos russos usados para financiar a Ucrânia. A manobra ocorre em meio a tensões com a União Europeia e ao contexto da crise na região, com foco em manter pressão diplomática aliada à cooperação econômica.
Contexto político aponta dificuldades na condução de reformas prometidas desde o início do mandato. A economia alemã acumula queda de atividade e o PIB estagnado, enquanto críticas sobre credibilidade ganham força entre aliados e opositores. A coalizão enfrenta desgaste e disputas internas.
Analistas divergem sobre o impacto a longo prazo. O politólogo Wolfgang Schroeder afirma que Merz tem mais desafio interno que externo, com o partido disputando lideranças internas. Outros destacam que a agenda de reformas segue aquém do esperado, alimentando ceticismo dentro da base conservadora.
No cenário externo, a presença de AfD, vista como extrema direita por serviços de inteligência, aumenta a pressão sobre Merz. Pesquisas indicam tendência de crescimento da oposição em eleições regionais de 2026, reforçando a necessidade de manter estabilidade para sustentar a atuação alemã na UE.
O governo destaca que as reformas ainda dependem de consenso, com mudanças graduais previstas em áreas como economia e defesa. Mesmo com o passo dado na pensão, a direção do governo permanece sujeita a debates internos e à necessidade de manter a coesão para avançar.
A avaliação pública aponta que o sucesso de Merz depende da capacidade de frear avanços da AfD, especialmente nas regiões leste do país. A complexidade interna e a visão europeia do chanceler marcam o ritmo de sua liderança em meio a um cenário internacional volátil.
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