- A polícia invadiu a sede da UNRWA em Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental, associada a cobrança de dívida municipal; no momento, a sede não estava ocupada por funcionários, apenas guardas.
- A bandeira da ONU foi substituída pela bandeira de Israel e móveis e equipamentos foram apreendidos no local.
- O chefe da UNRWA, Philippe Lazzarini, denunciou a intervenção, dizendo que forças de segurança levaram bens da agência.
- A UNRWA afirma ser protegida pelo direito internacional e não estar obrigada a pagar os impostos solicitados; a ação é descrita como política pela agência.
- A Assembleia Geral da ONU aprovou a renovação do mandato da UNRWA por três anos, mantendo o atendimento a cerca de seis milhões de refugiados.
A sede do UNRWA, programa da ONU para refugiados palestinos, foi alvo de uma operação policial nesta segunda-feira, em Sheikh Jarrah, Jerusalém Oriental. A intervenção ocorreu enquanto há avançar de negociações sobre a segunda fase do plano de paz proposto por Donald Trump. O impulso da ação seria ligado à cobrança de dívida municipal pela prefeitura de Jerusalém, segundo a polícia.
A ONU informou que os funcionários não estavam no local no momento da invasão, apenas seguranças. A operação resultou na retirada de móveis, equipamentos de informática e outros itens da sede. Além disso, a bandeira da ONU foi substituída pela bandeira israelense no recinto.
Contexto institucional e reação internacional
Lazzarini, chefe da UNRWA, denunciou a intervenção, afirmando tratar-se de uma ação politicamente motivada. A organização reiterou que está protegida pelo direito internacional e não é obrigada a pagar impostos locais. Testemunhas confirmaram a substituição de bandeiras, embora o dirigente não estivesse presente.
Segundo a polícia, a ação ocorreu no âmbito de um processo de recuperação de dívida municipal, com presença apenas para assegurar a segurança da atividade da prefeitura. A UNRWA sustenta que a instituição não tem impedimento legal para operar conforme o direito internacional.
Extensão do mandato e contexto regional
A UNRWA tem sua atuação questionada desde leis de alguns Governos nacionais, incluindo Israel, que passaram a restringir atividades na região. Em agosto de 2024, a organização informou ter demitido nove funcionários em Gaza. O objetivo é esclarecer informações usadas para sustentar denúncias ligadas à crise em Gaza.
A Assembleia Geral da ONU aprovou, em 5 de dezembro, a renovação do mandato da UNRWA por três anos, mantendo o foco em educação e saúde de cerca de 6 milhões de refugiados. A decisão ocorre em meio a tensões entre autoridades locais e a ONU na região.