- Nova estratégia de segurança dos Estados Unidos visa cultivar resistência à trajetória atual da Europa e estimular a atuação de partidos de extrema direita, gerando reações diversas entre autoridades europeias.
- Líderes europeus reagiram de formas distintas; Viktor Orbán celebra a ruptura transatlântica, enquanto a Europa enfrenta uma redefinição de prioridades com Moscou como ameaça.
- O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, prioriza manter a relação especial com os Estados Unidos e evita confrontos diretos com a administração Trump.
- O chanceler alemão Friedrich Merz informou que certos aspectos da estratégia são inaceitáveis, mas defende manter cooperação com Washington e evitar choque frontal.
- A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni busca manter vínculos com Washington, afirmando que a Europa precisa se defender sozinha para crescer; Zelenskiy visitou Roma para reunião com Meloni.
A nova Estratégia de Segurança Nacional dos EUA põe em xeque a relação transatlântica, segundo a leitura de líderes europeus. O documento, divulgado na semana passada, descreve uma mudança de postura que busca cultivar resistência à trajetória atual da UE, inclusive pela promoção de partidos de extrema direita. As reações variam entre choque, cautela e ajustes políticos.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, sinaliza continuidade da relação com os EUA, enfatizando a chamada “relação especial” que remonta ao tempo de Winston Churchill. Apesar de provocações e ataques a aliados do Reino Unido, ele evita confrontos diretos com a gestão Trump. Londres busca manter canais abertos com Washington.
Na Alemanha, o governo vê a estratégia como sinal de ruptura na relação bilateral. O chanceler Friedrich Merz considera alguns pontos inaceitáveis, mas pede cabeça fria e cooperação contínua com Washington. A prioridade é evitar choque frontal, diante da percepção de que a UE ainda depende dos EUA para segurança.
Em Roma, a premiê Giorgia Meloni busca equilibrar posição com Washington. Ela minimiza críticas à Casa Branca e reforça que a Itália mantém vínculos estáveis com os EUA, ao mesmo tempo em que afirma que a Europa precisa agir para se defender. O Ministério da Defesa também defende reassemblamento europeu.
A política italiana manteve a linha de evitar rupturas. Meloni apoia o auxílio a Kiev e reafirma alinhamento com a Comissão Europeia, apesar de manter simpatias por Trump. Sua agenda de visita a Roma contou com encontro com o presidente ucraniano após uma ausência em cúpula conjunta com outros líderes europeus.
Entre os demais protagonistas, Polônia, Hungria e França também responderam de modo prolongado, com ênfase em manter prioridades estratégicas e coordenação com aliados. A visão geral destaca uma relação de maior assimetria de poder entre EUA e Europa e um foco renovado em segurança europeia.
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