- O ditador Nicolás Maduro criticou o presidente eleito do Chile, José Antonio Kast, em pronunciamento do governo na segunda-feira, 15 de outubro, chamando-o de nazista.
- Maduro afirmou que venezuelanos no Chile podem ser alvo de ações caso haja ataque a seus compatriotas, ressaltando que assuntos internos do Chile não envolvem Caracas.
- O ditador disse que Kast seria um “presidente nazista pinochetista” e reiterou que a Venezuela não se envolverá nos assuntos internos do Chile.
- Kast venceu o segundo turno no domingo, 14 de outubro, defendendo medidas duras contra imigração, como muros, trincheiras e expulsão de migrantes irregulares, além de propor uma força policial similar ao ICE.
- Maduro também criticou o presidente chileno cessante, Gabriel Boric, alegando que sua gestão abriu espaço para a volta da direita no Chile.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, criticou o novo líder do Chile, José Antonio Kast. Isso aconteceu em pronunciamento do governo realizado na segunda-feira, 15 de outubro. O discurso teve como objetivo comentar o resultado das eleições chilenas. Ao mesmo tempo, sinalizou possíveis ações em relação aos imigrantes venezuelanos que vivem no Chile. Na ocasião, Maduro chamou Kast de nazista e afirmou que Caracas não deve se envolver em questões internas chilenas.
De acordo com o governo venezuelano, o Chile passa a enfrentar um novo desafio. Este desafio é ligado à eleição de Kast, que assumirá a presidência defendendo propostas duras sobre imigração. Entre elas estão a construção de um muro na fronteira, além da instalação de cercas e a criação de uma força policial semelhante ao ICE, dos Estados Unidos. Nesse contexto, Maduro advertiu que eventuais ataques a venezuelanos no Chile podem provocar reações do governo venezuelano. Ainda assim, reforçou que não pretende intervir nos assuntos internos do país vizinho.
Kast foi eleito no segundo turno, em 14 de outubro, ao derrotar Jeannette Jara, representante da esquerda, e deve assumir oficialmente o cargo nos próximos meses. O político chileno tem histórico de apoio à ditadura de Augusto Pinochet. Além disso, defende medidas rígidas contra imigração, aborto e violência. Entre as promessas de campanha, está a expulsão de imigrantes em situação irregular.
Além das críticas a Kast, o governo venezuelano também direcionou ataques ao presidente cessante do Chile, Gabriel Boric. Segundo Maduro, a gestão de Boric teria aberto espaço para a ascensão de políticas de direita no país. Por fim, o presidente venezuelano reiterou que Caracas não interferirá nos assuntos internos do Chile, mas destacou o atual cenário de tensão diplomática entre os dois governos.
Mudança de tom na relação regional
A atuação de Nicolás Maduro pode, assim, aumentar a tensão entre Caracas e Santiago nos próximos meses, especialmente no que diz respeito a temas migratórios e à cooperação regional. Nesse cenário, a análise indica uma postura mais assertiva do governo venezuelano diante de administrações consideradas adversárias na América do Sul.
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