- Protestos da geração Z, conhecidos como Gen Z 212, ocorreram em várias cidades do Marrocos, com demandas por saúde e educação melhores.
- Três manifestantes foram mortos em Lqliâa e mais 14 ficaram feridos, entre eles crianças; centenas de crianças estariam entre os detidos.
- Mais de 2.400 pessoas estão sendo processadas em relação aos protestos, com dezenas recebendo sentenças de até 15 anos; há denúncias de tortura e falhas processuais.
- Grupos de direitos humanos relatam prisões arbitrárias, abusos policiais e falta de advogados durante audiências; famílias relatam violência e coerção.
- O governo promete reformas sociais e mais gastos em saúde e educação, em meio a críticas sobre a continuação da repressão e a prioridade dada a projetos de prestígio internacional.
O movimento Gen Z 212 ganhou força em várias cidades marroquinas diante de falhas em saúde e educação, com protestos registrados entre setembro e outubro. A repressão policial é alvo de denúncias de abusos, prisões arbitrárias e uso de força excessiva, segundo organizações de direitos humanos.
Autoridades relatam que mais de 2.400 pessoas foram processadas pelas manifestações, com dezenas recebendo prisão por violência. Grupos de defesa apontam abusos durante detenções e audiências sem a devida assistência jurídica.
Três manifestantes foram mortos em Lqliâa, próximo a Agadir, em 1º de outubro, conforme comunicado oficial. Pelo menos 14 pessoas ficaram feridas, entre elas menores de idade. A polícia reivindica que houve agressões a agentes e tipo de ataque a instalações públicas.
Centenas de crianças teriam sido detidas entre os interrogatórios e deslocamentos da prisão, segundo relatos de organizações de direitos humanos. Ao menos dois grupos afirmam que houve tortura e relatos de maus-tratos durante acustódia.
AGENTES E VÍTIMAS: relatos de violências em diferentes cidades foram coletados por AMDH e outras entidades. Mulheres protestantes teriam sido alvo de assédio, insultos e comentários sexistas, conforme a AMDH.
Contexto e respostas oficiais
A comunidade internacional acompanha a situação, com defensores dos direitos humanos pedindo investigações independentes e transparência. Organizações denunciam ausência de advogados em várias audiências e falhas nos procedimentos legais.
O governo afirmou estar comprometido com reformas sociais e informou aumento de gastos em saúde e educação. As autoridades destacam que o país continua a realizar mudanças para atender às reivindicações da população e melhorar serviços públicos.
Relatos de familiares de vítimas indicam que parte dos casos permanece sem resolução e que muitos têm medo de retornar às ruas: as condições nas prisões e os relatos de conduta policial são temas de preocupação contínua.
A Copa Africana das Nações, que o Marrocos recebeu, coincidiu com o acirramento das críticas sobre prioridades governamentais. Grupos de direitos humanos ressaltam a necessidade de proteção a jovens e de responsabilização de agentes públicos.
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