- líderes da UE concordaram em financiar a Ucrânia com um empréstimo de €90bn, em vez do plano de usar ativos russos congelados.
- o plano alternativo envolve recursos não alocados do orçamento da UE como garantia, permitindo empréstimo sem criar nova dívida europeia comum.
- a solução foi impulsionada por itália e frança, embora berlim tenha resistido a mais endividamento; bart de wever pressionou por garantias de caixa ilimitadas.
- hungria, eslováquia e república tcheca apoiaram o plano B com isenções, enfrentando cordialmente a oposição entre países céticos.
- o acordo é visto como marco político, demonstrando que decisões de dívida da UE podem ocorrer sem unanimidade e sinalizando um possível novo caminho para recursos europeus.
Após 16 horas de negociação, líderes da União Europeia chegaram a um acordo para financiar a Ucrânia com um empréstimo de 90 bilhões de euros. A solução foi definida na cúpula, diante da possibilidade de o bloco ficar sem recursos até abril.
O método escolhido substitui o plano original de um empréstimo de reparação apoiado em ativos russos congelados. A ideia era usar ativos do banco central russo, mantidos principalmente no Euroclear, para lastrear o empréstimo, com a Ucrânia reembolsando com reparações.
A estratégia alternativa envolve recursos não utilizados do orçamento da UE como garantias para um crédito coletivo. O acordo foi impulsionado, entre outros, pela primeira-dama italiana Giorgia Meloni e pelo presidente francês Emmanuel Macron, e contornou a necessidade de unanimidade entre os estados-membros.
Apoio relevante veio de países moderadamente céticos ao orçamento europeu, incluindo Hungria, Eslováquia e República Tcheca, em troca de isenções. A ação contou com a anuência de há tempos opositores de dívida comunitária, como Viktor Orbán, Andrej Babiš e Robert Fico.
A decisão evidencia profundas fissuras na tomada de decisão da UE, ao mesmo tempo que sinaliza um caminho concreto para entregar recursos à Ucrânia com maior rapidez. Analistas consideram a medida um marco potencial para futuras políticas de recursos comuns.
Para Kiev, o acordo representa dinheiro fresco em jogo mais rapidamente do que o previsto sob o plano A. A operação também marca um desfecho político para Ursula von der Leyen e o chanceler alemão Olaf Scholz, segundo avaliações de observadores.
Ao final, o bloco entregou uma solução que evitaria novas vias de financiamento comum e, ao mesmo tempo, abriu espaço para que estados menores exerçam influência em políticas coletivas. O resultado é visto como um passo histórico na coesão financeira da UE.
- O que mudou: a UE não dependeu de um novo endividamento aprovado por todos os membros.
- Quem ganhou tempo: Kiev teve acesso mais rápido aos recursos.
- Qual o custo político: divergências internas ficaram mais evidentes.
- Onde ocorreu: cúpula da União Europeia, com participação de líderes dos 27 estados-membros.
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