- A Chevron é a única empresa petrolífera global com acesso às grandes reservas de petróleo venezuelano, apesar das sanções e da tensão entre Caracas e Washington.
- Caso Trump ataque Maduro, a Chevron seria a mais bem posicionada para ajudar na reconstrução do setor, dada sua presença no país.
- Em 18 de outubro, a empresa se preparava para exportar cerca de 1 milhão de barris de petróleo venezuelano, conforme rastreamento da Bloomberg.
- A posição única da Chevron traz riscos, inclusive para seus funcionários, caso ocorram hostilidades ou mudanças políticas.
- A Chevron afirma cumprir sanções e leis dos EUA e mantém operações, mesmo com críticas de quem a vê como apoio a um regime.
A Chevron, única petroleira global com acesso direto às vastas reservas da Venezuela, permanece no país mesmo diante do impasse entre Washington e Caracas. A estratégia de permanecer busca manter o petróleo venezuelano fluindo para refinarias americanas, mas envolve riscos elevados em caso de conflito.
A tensão aumenta com a aproximação entre o governo dos EUA e a administração de Nicolás Maduro. Trump ordenou ações militares e sancionou o setor, enquanto Maduro mantém abertura relativa à Chevron, citada pela empresa como parceira de longo prazo e vital para a estabilidade regional.
Na prática, a Chevron exportava parte de sua produção venezuelana para a Costa do Golfo, enquanto operava em joint ventures com a estatal PDVSA. A empresa também afirmou seguir rigorosamente as sanções e leis norte-americanas, em meio a políticas de pressão sobre o regime.
Riscos estratégicos e operacionais
A posição única da Chevron expõe a empresa a possíveis interrupções caso haja escalada militar. Em 24 horas, a operação pode ser afetada por bloqueios, sanções adicionais ou mudanças repentinas no status político. Funcionários da companhia também enfrentam incertezas.
O cenário venezuelano permanece desfavorável para o setor, com a PDVSA enfrentando dificuldades logísticas e potenciais fechamentos de poços em curto prazo. A capacidade de exportação pode ser impactada por sanções, bloqueios e ataques cibernéticos.
Além disso, governos dos EUA e da Venezuela avaliam interesse de outros players globais. Caso haja mudança de regime, a Exxon e outras grandes interessadas poderiam reconsiderar posições, o que colocaria a Chevron em posição de negociações delicadas.
Perspectivas e balanços
Executivos da Chevron defendem que a presença no país ajuda a estabilizar a economia local e regional, além de manter a segurança energética dos EUA, especialmente para o refino de cru pesado venezuelano. O debate público sobre o tema permanece intenso.
Especialistas destacam que a relação entre Maduro e EUA influence o ritmo de operações da Chevron. A empresa sustenta que cumpre sanções, ainda que haja licenças emergenciais e debates sobre conformidade regulatória.
A Bloomberg aponta que, apesar da pressão política, o acordo com a Venezuela oferece ganhos estratégicos para a Chevron em cenários de longo prazo. A empresa mantém foco em continuar explorando e exportando o petróleo venezuelano.
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