- Reform UK propõe limitar a aid exterior a £1 bilhão por ano, o que representa uma queda de cerca de 90% e deixaria de cobrir compromissos existentes.
- Mesmo com esse teto, não haveria fundos remanescentes para responder a desastres ou crises futuras, segundo críticos.
- A medida incluiria a revisão de compromissos com organizações multilaterais, como Nações Unidas, Banco Mundial (IDA), Gavi e Global Fund, que somam mais de £1,6 bilhão por ano.
- Em 2024, a aid multilateral totalizou £2,8 bilhões; cortar para £1 bilhão eliminaria verba para ações de vacinação e assistência humanitária já acordadas.
- Críticas de representantes de Bond, do Partido Trabalhista e dos Liberal Democrats destacam perda de influência britânica em fóruns internacionais e risco de ficar isolado.
O Reino Unido corre o risco de perder influência em organismos internacionais caso seja adotado um teto de ajuda externa de apenas £1 bilhão por ano, conforme proposta apresentada pelo Reform UK. A medida implicaria cortar cerca de 90% do orçamento de aid vigente, que já vem passando por reduções programadas para 0,3% do PIB até 2027 — equivalente a cerca de £9 bilhões anuais. Atualmente, compromissos multilaterais somam mais de £2,8 bilhões em 2024, com contribuições a instituições como a ONU, o Banco Mundial, a Gavi e o Global Fund estimadas em mais de £1,6 bilhão por ano.
A proposta de teto, ainda sob avaliação, sustenta manter recursos para defesa de Ucrânia e para respostas a desastres, mas críticos afirmam que não haveria espaço financeiro para cumprir compromissos existentes e para ações emergenciais. Segundo a análise de stakeholders, a limitação colocaria em risco a participação britânica em fóruns internacionais e reduziria a capacidade de resposta a crises globais, como desastres naturais e epidemias.
Reação e posicionamentos
- O grupo Bond, que reúne organizações não governamentais de desenvolvimento, afirma que o limite de £1 bilhão reduziria significativamente a atuação do Reino Unido no combate à pobreza, doenças e desigualdade, além de comprometer acordos já firmados com entidades multilaterais.
- O Partido Trabalhista critica a proposta como insustentável, ressaltando que não cobririam compromissos existentes e deixariam o país sem margem para crises futuras, o que poderia reduzir a influência britânica e a presença em decisões-chave.
- Os Liberal Democrats dizem que a medida já em vigor evidencia uma queda de influência externa e alertam que novas reduções poderiam esvaziar a diplomacia britânica e afetar parcerias estratégicas.
Implicações e próximos passos
- Se for implementada, a política de teto poderia exigir renegociação de compromissos de vários anos com organizações globais. A estratégia geraria pressão para realocar recursos entre emergência humanitária, saúde global e assistência a crises geopoliticamente sensíveis.
- Especialistas destacam que a medida deixaria pouca ou nenhuma reserva para responder a desastres, como eventos climáticos ou crises sanitárias, o que poderia aumentar o custo humano e econômico de explosões de calamidades. A gestão pública será avaliada pela capacidade de manter compromissos já firmados sem prejudicar ações futuras.
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