- A União Europeia aprovou um empréstimo de € 90 bilhões para ajudar a Ucrânia a manter a defesa no ritmo atual até o fim de 2027, mas isso não transforma o panorama no campo de batalha.
- No terreno, a Rússia mantém iniciativa e avança de forma incremental; até novembro de 2025 o ganho foi de cerca de 176 milhas quadradas por mês, com altas perdas humanas.
- Incursões recentes apontam para falhas defensivas em Dobropillia (agosto), Kupiansk (agosto final e dezembro) e east de Huliaipole (novembro).
- A linha de frente é apoiada por drones e ataques a infraestruturas, enquanto a Ucrânia ataca refinarias russas e mira a chamada frota sombra no Mar Negro; as receitas de petróleo da Rússia caíram cerca de 34% em novembro.
- A principal esperança de Kyiv passa pela esfera política, especialmente nos EUA, onde o curso de Donald Trump pode influenciar o apoio, além de manter pressão econômica e diplomática para ganhar tempo.
A Ucrânia, apesar de estar esgotada, não está derrotada e mira 2026 com opções militares limitadas. Um empréstimo de 90 bilhões de euros da UE foi acordado para sustentar a defesa até 2027, sem transformar o cenário no campo de batalha.
A linha de frente mostrou avanços russos lentos desde 2024, com ganhos calculados em áreas pontuais. Até novembro de 2025, o ritmo tradicional apontou cerca de 176 milhas quadradas adicionais, a um custo humano elevado para as forças russas.
Ações em Dobropillia, Kupiansk e Huliaipole sinalizam vulnerabilidades nas defesas ucranianas, que resistem com defesa drone-led, mas enfrentam queda de efetivos e desgaste. A estratégia de Kiev busca, entre faíscas de resistência, manter o terreno enquanto se busca regeneração.
Questões de estratégia e resiliência
Bohdan Krotevych, ex-chefe de estado-maior da brigada Azov, defende mudança para defesa dinâmica e criação de reservas por pelo menos seis meses. A gestão diplomática de Zelenski pode ganhar tempo para regeneração, sem evitar perdas de território.
As perdas em Zaporizhzhia ficaram próximas de 6 milhas, lembrando que a defesa com drones não substitui o efetivo no front. No leste de Huliaipole, a 109ª Brigada Territorial manteve posição por três anos, demonstrando resistência prolongada.
Economia de guerra e consequências
Enquanto as ações físicas estagnam, Kiev investe na frente econômica. A Rússia intensifica ataques contra infraestrutura energética, provocando quedas de luz em cidades. Ainda assim, a Ucrânia consegue manter o front abastecido, com impactos limitados na moral civil.
Paralelamente, Kiev tem objetivo de infligir custos econômicos à Rússia. Bombardeios a refinarias russas e ataques a uma frota de navios no mar Negro visam aumentar tempos de trânsito e custos de seguro para o Kremlin, cuja receita com petróleo recuou em novembro.
Panorama político e possíveis desdobramentos
O acompanhamento político passa pelo papel dos Estados Unidos, especialmente em resposta a propostas de cessar-fogo. A possibilidade de corte de inteligência ou mudanças no apoio militar depende do desenrolar interno americano e de resultados eleitorais.
O cenário mais provável, segundo analistas, é manter o impasse atual na linha de frente, com a esperança de que mudanças políticas ou estratégicas deem espaço para uma recuperação a médio prazo. A persistência do conflito depende, ainda, de decisões na arena diplomática e da continuidade do apoio ocidental.
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