- EUA e Ucrânia chegaram mais perto de uma fórmula conjunta para encerrar a guerra, com Kyiv obtendo mudanças em relação ao rascunho anterior, ainda sem saber a reação de Moscou.
- Na versão mais recente, a Ucrânia aceita o princípio de uma zona desmilitarizada no leste, desde que a Rússia também retire forças.
- O plano prevê retirada de tropas russas das regiões Dnipro, Mikolaiv, Sumy e Kharkiv, com tropas internacionais monitorando a linha de contato.
- Zelenskyy informou que haverá um grupo de trabalho para definir o redesdobramento de forças e os parâmetros de uma possível zona econômica especial, além de considerar garantias de segurança parecidas com as da Otan.
- Moscou não se pronunciou publicamente sobre a proposta; o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Putin já conhece os principais parâmetros, enquanto o presidente russo tem exigências que incluem ceder parte do Donbass e renunciar à adesão à Otan.
O governo dos Estados Unidos e Kyiv avançaram rumo a uma fórmula conjunta para encerrar o conflito na Ucrânia, com Moscou ainda sem resposta concreta. O texto em poder de Washington indica que Kiev abriu passagem para uma zona desmilitarizada no leste, com condições para retirada de forças russas.
Segundo o novo rascunho, a Ucrânia aceita a ideia de uma zona desmilitarizada, desde que a Rússia realize recuo similar. O documento foi apresentado a Vladimir Putin por Kirill Dmitriev, de acordo com fontes da parte russa, que afirmaram que a resposta será formulada pelo Kremlin.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Dmitriev informou Putin sobre a viagem a Miami para contatos com emissores de Trump e que Moscou não comentaria publicamente de imediato. Peskov não comentou sobre o formato exato dos documentos.
Progresso e posições
Zelenskyy destacou que o texto atual reflete concessões relevantes, como a retirada de parte das tropas ucranianas da linha leste e a renúncia à adesão imediata à OTAN, em troca de garantias de segurança financiadas por EUA e Europa. O papel da OTAN permanece em aberto.
O plano também prevê a retirada de forças russas das regiões de Dnipro, Mykolaiv, Sumy e Kharkiv, com tropas internacionais ao longo da linha de contato para monitorar a implementação. Não está definido, publicamente, como seriam as garantias de segurança.
Em discurso aos jornalistas, Zelenskyy esclareceu que qualquer retirada de tropas dependeria de um referendo na Ucrânia para aprovar mudanças relevantes. O presidente também mencionou a possibilidade de zonas econômicas livres como parte de um acordo.
Perspectivas e questões-chave
O plano mantém a discussão sobre a gestão combinada da usina nuclear de Zaporizhzhia, com posição de Kiev de que o complexo seja supervisionado por EUA e Ucrânia. As interlocuções com Moscou seguem incertas, com pontos ainda abertos e sem data definida para aprovação.
Enquanto isso, a resistência russa a um desmonte completo de suas posições permanece, assim como a resistência ucraniana a mudanças constitucionais rápidas. A situação permanece tensa, com relatos de operações militares contínuas na frente de batalha.
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