- Em 2025 houve avanços multilateral e avanços de financiamento para políticas oceânicas, com objetivo de proteger trinta por cento dos oceans até 2030.
- Dois acordos multibilaterais alcançaram entrada em vigor em 2026: o Acordo de Biodiversidade Além da Jurisdição Nacional (BBNJ) e a proibição de subsídios prejudiciais à pesca — fortalecendo a gestão oceânica e a conservação.
- Houve novo fluxo de capitais para a economia azul, com bilhões de dólares em compromissos e financiamentos anunciados por instituições públicas e privadas, incluindo planos europeus e ações de bancos e fundos.
- Avanços rumo ao objetivo de proteger trinta por cento do oceano incluem a criação de áreas marinhas protegidas lideradas por povos indígenas, a maior área protegida da Polinésia Francesa e progressos de conservação na Califórnia e na Austrália, além de estimativas de aumento de áreas protegidas sob avaliação.
- O ano também marcou o avanço frente a mudanças climáticas nos oceanos, com o mundo entrando no primeiro ponto de inflexão climática marinho, sinais de declínio de recifes de corais e a intensificação de debates sobre impactos a ecossistemas e a segurança alimentar global.
O ano de 2025 foi decisivo para a governança e a conservação dos oceanos, marcando a metade da Década das Ciências do Oceano. A agenda incluiu avanços multilaterais, investimentos sem precedentes e passos para proteger 30% dos oceanos até 2030.
Conquistas-chave chegaram a um patamar que altera a forma como o direito internacional trata o mar. Tratados entraram em vigor, financiadores globais aumentaram compromissos e países anunciaram planos para ampliar áreas protegidas, reforçando a importância da ação coletiva.
Multilateral breakthroughs shapem ocean governance
Em 2025, dois acordos multilaterais atingiram ratificações suficientes para entrar em vigor. O Acordo sobre Biodiversidade além das Jurisdições Nacionais (BBNJ) alcançou 60 ratificações, entrando em vigor em 2026. O tratado protege a vida marinha além de fronteiras nacionais.
O BBNJ recebeu reconhecimento internacional ao ganhar o Earthshot Prize na categoria Revive Our Seas, destacando duas décadas de defesa e cooperação. Paralelamente, o acordo da Organização Mundial do Comércio para banir subsídios pesqueiros prejudiciais entrou em vigor após 24 anos de negociação.
Novos fluxos de capital e atores transformam a economia oceânica
Durante a Conferência Oceânica das Nações Unidas, em Nice, o secretário-geral António Guterres ressaltou a necessidade de financiar a Meta 14, Life Below Water. Em Busan, 9,1 bilhões de dólares em compromissos surgiram de 287 promessas voluntárias de 113 países.
Em Monaco, o Fórum Blue Economy and Finance Forum anunciou 8,7 bilhões de euros em novos financiamentos para acelerar a transição para uma economia oceânica regenerativa, com 25 bilhões de euros já identificados. Instituições públicas e privadas também endossaram iniciativas para integrar o oceano na tomada de decisões financeiras.
Avanços rumo aos 30×30
A proteção de 30% do oceano até 2030 ganhou impulso, com iniciativas como a Melanesian Ocean Reserve, liderada por povos indígenas, e a maior área marinha protegida já anunciada pela Polinésia Francesa. Califórnia confirmou 21,9% de seus recursos costeiros protegidos.
A Austrália anunciou revisão de 44 parques marinhos para ampliar zonas de proteção. Até dezembro, apenas 9,61% do oceano estava sob MPAs, com 2,9% em proteção alta. Estudos indicam que completar 30% pode gerar retornos significativos até 2050.
O mundo atinge o primeiro ponto de inflexão climático nos oceanos
Em outubro, 160 cientistas alertaram que recifes de corais de águas quentes estão em declínio prolongado. A crise de branqueamento ocorre desde 2023 e afeta 85% dos recifes em mais de 80 países, elevando riscos para espécies e meios de vida.
A elevação de temperaturas, a alteração de nutrientes e a perda de espécies podem sinalizar o colapso de sistemas como a Corrente de Forçamento Meridional do Atlântico, com impactos globais. Desvios também foram observados na upwelling frio no Pacífico.
Liderança pacífica eleva os oceanos em negociações climáticas
A jurisprudência internacional ganhou peso com a opinião da Corte Internacional de Justiça reconhecendo a mudança climática como ameaça urgente. O Pacífico tem sido protagonista na defesa de mecanismos legais para responsabilizar governos.
Povos indígenas e comunidades locais passaram a ocupar espaço central em fóruns globais, incluindo a Convenção sobre Biodiversidade. Na COP30, no Brasil, a participação indígena e protestos produtivos ampliaram o diálogo entre lideranças e delegações.
Desafios políticos e cenários para COP31
Países como Papua-Nova Guié continuam expressando insatisfação com a escolha de anfitriões para a COP31, em 2026. A cooptação entre Austrália e Turquia para sediar o evento marca uma divisão de responsabilidades entre as nações-âncora.
Parcerias entre governos, sociedade civil e setor privado seguem buscando caminhos para ampliar a proteção oceânica, financiar a transição para a economia azul e reforçar a governança ambiental em escala global.
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