- A eleição está marcada para 28 de dezembro, em três fases, com cinquenta e sete partidos na disputa, mas muitos ligados ao regime.
- Não haverá votação em 56 distritos dos 330 e em cerca de 3.000 freguesias, estimando-se que aproximadamente um terço do país fique sem voto.
- O regime diz que a eleição é para o povo; governos ocidentais e a ONU a veem como encenação, enquanto a China a apoia.
- O aumento de abduções para recrutamento militar, ataques a infraestrutura civil e censura sob novas leis de proteção eleitoral foram observados antes do pleito.
- Analistas e oposição consideram a eleição uma tentativa de legitimar o controle do regime, sem ampliar a democracia.
Myanmar se prepara para votar pela primeira vez desde o golpe de 2021, em meio a críticas sobre legitimidade e participação. A eleição está marcada para 28 de dezembro, em três fases, com 57 partidos na disputa. O governo militar afirma que o pleito é voluntário e livre de coerção, mas a oposição acusa o processo de fachada.
O país permanece sob regime militar desde o golpe, com a Liga Nacional pela Democracia dissolvida e grande parte da oposição desmobilizada. A votação exclui vastas áreas, especialmente onde há controle de grupos armados, o que reduz significativamente o alcance eleitoral.
Cerca de um terço do território não terá voto, segundo estimativas. 56 distritos entre 330 não votarão, além de 3.000 comunidades inteiras ficarem sem pleito, o que levanta dúvidas sobre a representatividade do processo.
Contexto eleitoral e participação
Na prática, o cenário é marcado por pressão sobre a população. A lei de proteção eleitoral restringe críticas ao pleito, com risco de prisão ou pena de morte para críticos. Governos ocidentais e a ONU rejeitam a eleição como legítima, ao passo que aliados, como a China, apoiam a votação.
Os analistas sinalizam que a oferta de opções é limitada. A maior parte dos 57 partidos tem vínculos com o regime. A União Solidarity and Development Party é a principal bancada, com candidaturas em diversas áreas. A Liga Nacional pela Democracia foi dissolvida após não registrar-se junto à comissão eleitoral.
Há relatos de violência e censura associadas ao processo. Ações militares incluem ataques contra infraestruturas civis e operações de recrutamento forçado, com aumento de abduções para abastecer as fileiras das forças armadas.
Impacto humano e cenário de violência
O conflito se intensifica, com ataques a escolas e hospitais registrados em várias regiões, incluindo ações contra estruturas médicas em estado de Rakhine. Os combates persistem em áreas controladas por grupos de oposição, enquanto a comunidade internacional monitora possíveis crimes de guerra.
Especialistas ressaltam que a China mantém influência estratégica ao apoiar o pleito, buscando estabilidade regional. O apoio de Pequim é visto como fator que ajuda a junta a manter espaço político internacional, apesar da rejeição de parte da comunidade global.
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