- Netanyahu viaja para os EUA e se reunirá com Donald Trump no resort Mar-a-Lago, na Flórida, nesta segunda-feira, em meio a temores de novas ofensivas israelenses na região.
- O encontro colocará em pauta o cessar-fogo em Gaza e a implementação da segunda fase do plano de trinta pontos do governo americano.
- Há receios de ataques a Hezbollah, no Líbano, ou ao Irã, que é acusado de intensificar o desenvolvimento de mísseis balísticos.
- Analistas dizem que a administração dos EUA está frustrada com Netanyahu, com a segunda fase do acordo arrastando sem avanços.
- Netanyahu busca convencer Trump de manter o apoio dos EUA para manter vantagem militar tecnológica ante adversários regionais, em meio a perspectivas eleitorais no país.
Benjamin Netanyahu viajará aos Estados Unidos para encontro com Donald Trump no resort Mar-a-Lago, na Flórida, nesta segunda-feira à noite. A reunião ocorre em meio a temores de novas ofensivas israelenses na região, que poderiam agravar a instabilidade no Oriente Médio. O primeiro-ministro deixou Israel no domingo para a sequência de encontros com o presidente americano.
O tema central da conversa será o cessar-fogo em Gaza, que interrompeu o conflito que já dura dois anos. O acordo inicial foi majoritariamente cumprido, com retirada israelense e Hamas liberando a maioria dos reféns vivos. O desafio reside na implementação da segunda fase do plano de 20 pontos proposto pelos EUA.
Especialistas e dirigentes comentam que também há temor de ações militares contra o Hezbollah no Líbano ou contra o Irã, com acusações de que Teerã acelera o programa de mísseis. O diálogo busca entender como avançar sem romper acordos vigentes ou piorar a crise humanitária.
Gershon Baskin, de uma comissão de paz, afirma que o timing da viagem é significativo para Gaza, destacando que a primeira fase está quase encerrada, restando apenas um refém falecido cuja localização é difícil de obter. As partes acusam violação de cessar-fogo, e o território continua sob restrições de passagem de ajuda.
Dados oficiais apontam que mais de 70 mil palestinos morreram em Gaza durante o conflito, e milhões foram deslocados. Nas últimas semanas, fortes chuvas e frio agravam a crise humanitária, com moradias e infraestrutura severamente danificadas.
O plano americano prevê a criação de uma autoridade palestina não alinhada, para governar a Faixa de Gaza, em substituição ao Hamas, e a implantação de uma força internacional de estabilidade. Autoridades dos EUA sinalizam que a composição dessa autoridade pode ser anunciada em janeiro.
Analistas apontam que a administração americana está cada vez mais frustrada com o andamento do processo de paz. A expectativa é que Netanyahu busque convencer Trump da necessidade de manter o apoio dos EUA para manter a superioridade militar tecnológica de Israel na região.
Antes da viagem, Netanyahu também participa de discussões sobre acordos de segurança entre Israel e Síria, que não avançam significativamente, e sobre o desarmamento do Hezbollah, tema ligado ao cessar-fogo de 2024 no Líbano. A agenda de viagem deve ainda considerar o cenário eleitoral em Israel, com eleições no horizonte.
Observa-se que aliados de Trump e Netanyahu mantêm relação próxima, o que pode influenciar a postura de ambos diante de eventuais divergências públicas. Analistas ressaltam que a cooperação próxima tende a favorecer a estabilidade tática da aliança, sem sinalizações de mudanças abruptas.
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