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Indonésia encerra 2025 com aumento de desastres e reforma ambiental estagnada

Desastres em Sumatra elevam mortes e danos; governo mantém política ambiental estável, enquanto Merauke perde status florestal para mega-estate alimentar

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
A woman stands near a shop damaged during a flood in Aceh province, Indonesia, Nov. 29, 2025.
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  • Em Sumatra, dezembro de 2025 registrou 1.141 mortos, 163 desaparecidos e mais de 166 mil imóveis danificados por inundações e deslizamentos.
  • Até outubro de 2025, a deflorestação no país somou cerca de 470 mil hectares, com Sumatra liderando as áreas desmatadas e aumentando entre três e cinco vezes em comparação com o ano anterior.
  • Em Merauke, Papua, o status de floresta foi removido de quase 487 mil hectares para abrir espaço para o mega-projeto de “food estate” (estatais agrícolas industriais), visando cana-de-açúcar e arroz.
  • O governo estimulou o plantio de palmeiras em Papua para bioenergia, com planos de até 250 mil hectares de palmeiras para biodiesel, gerando críticas de ambientalistas.
  • Organizações civis abriram ações judiciais contra planos energéticos e ações de militarização, indicando redução do espaço cívico e aumento de controvérsias com comunidades locais.

Em 2025, a Indonésia enfrentou desastres climáticos crescentes e continuidade de políticas ambientais impopulares. Inundações e deslizamentos em Sumatra deixaram um rastro de mortes e prejuízos, em meio a debates sobre o rumo ambiental do governo.

Entre os dados oficiais, 1.141 pessoas morreram até 30 de dezembro devido às cheias em Aceh, Sumatra do Norte e Sumatra Ocidental; 163 estavam desaparecidas e mais de 166 mil casas foram danificadas. As autoridades apontam que o impacto decorre de vulnerabilidade histórica.

A região de Sumatra viu danos agravados por desmatamento e expansão de atividades industriais. Estudos de organizações locais indicam que florestas naturais da área foram suprimidas em várias etnias de Aceh, Sumatra do Norte e Sumatra Ocidental entre 2014 e 2024, com avanço recente em 2025.

Deforestamento e planos do governo

Observatórios ambientais apontam que a perda de cobertura florestal atingiu cerca de 470 mil hectares no país até outubro de 2025, quase o dobro do registrado em 2024. Em Sumatra, a devastação teve ritmo mais intenso, elevando preocupações sobre futuras enchentes.

Nos últimos meses, o governo retirou o status de floresta de quase 487 mil hectares em Merauke, Papua, para viabilizar o megaprojeto de chamada cidade agrícola, conhecido como food estate. O objetivo é ampliar a soberania alimentar com grandes áreas de cultivo industrial.

Potencial impacto e contestação

O programa Merauke contempla até 3 milhões de hectares para atividades agrícolas, com foco em cana-de-açúcar e arroz. Atualmente, mais de 560 mil hectares já foram destinados a empresas para cana e biocombustíveis, gerando críticas de organizações ambientais.

A expansão de palmeiras em Papua também foi incentivada por autoridades, em busca de biocombustíveis, apesar de críticas sobre impactos na biodiversidade e no carbono gerado por desmatamento em áreas de floresta.

Contexto político e social

Críticas ao governo destacam que as políticas energéticas continuam dependentes de combustíveis fósseis. Planos de energia apresentados em 2025 favorecem o uso continuado de carvão, com artifícios como co-combustão com biomassa para justificar a permanência da matriz.

Organizações da sociedade civil têm recorrido à Justiça para contestar os planos energéticos, afirmando que violam compromissos climáticos, leis de desenvolvimento e direito a meio ambiente saudável. Observadores lembram o ritmo lento de mudanças reais.

Contexto internacional e ambiental

A condução de políticas ambientais no governo tem sido alvo de atenção internacional, com críticas sobre a real transição energética. Questões como mineração de níquel em Raja Ampat e projetos na Indonésia central geram preocupação sobre impactos a recifes, pesca e turismo local.

Ressaltam-se, ainda, sinais de menor espaço cívico: principais organizações ambientais reportam maior criminalização de ativistas e maior centralização decisória, com protestos registrados e ações judiciais contra medidas governamentais.

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