Supremo e EUA intensificam tensões em meio a conflitos diplomáticos
Ministro Flávio Dino determina que sanções estrangeiras precisam de homologação no Brasil, enquanto governo dos EUA reafirma sua posição sobre Moraes

Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), é alvo de sanções do governo dos Estados Unidos (Foto: Wilton Junior/Estadão)
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As tensões entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, se intensificaram após a decisão do ministro Flávio Dino. Em 18 de setembro, Dino determinou que sanções estrangeiras, como a Lei Magnitsky, precisam de homologação no Brasil, o que pode proteger o ministro Alexandre de Moraes das sanções americanas.
Desde maio, o governo dos EUA tem pressionado a Suprema Corte brasileira, com o secretário de Estado, Marco Rubio, indicando a possibilidade de sanções contra Moraes. A situação se agravou após Trump manifestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que gerou uma campanha de bolsonaristas contra Moraes no exterior. A imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros também foi uma resposta do governo americano ao processo judicial que envolve Bolsonaro.
O governo dos EUA já havia revogado vistos de autoridades brasileiras e sancionado Moraes com a Lei Magnitsky, que visa punir violadores de direitos humanos. Em resposta, o governo brasileiro reafirmou sua soberania e a independência de suas instituições, destacando que ninguém está acima da lei.
Reação do STF
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que a Corte julgará os casos com base nas evidências, sem interferências externas. Moraes, por sua vez, declarou que ignorará as sanções e continuará seu trabalho. A decisão de Dino, que abre espaço para que Moraes recorra ao STF, foi criticada pela Embaixada dos EUA, que reafirmou que suas sanções são irrevogáveis.
A situação permanece tensa, com o julgamento de Bolsonaro e seus aliados programado para ocorrer entre 2 e 12 de setembro. O desdobramento dessa crise diplomática e judicial pode ter impactos significativos nas relações entre Brasil e Estados Unidos, além de influenciar o futuro político do ex-presidente e do STF.
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