- Burkina Faso isentou de visto todos os viajantes africanos, permitindo apenas uma aplicação online.
- A medida foi anunciada pelo ministro da Segurança, Mahamadou Sana, e visa facilitar a movimentação de pessoas e bens.
- O objetivo é promover o turismo e a integração regional, alinhando-se aos ideais pan-africanistas.
- O país se junta a Gana e Quênia, que também adotaram políticas semelhantes para cidadãos africanos.
- A nova política ocorre em um contexto de crescente isolamento internacional, após o rompimento de laços com a França e o alinhamento com a Rússia.
Burkina Faso, sob a liderança do Capitão Ibrahim Traoré, anunciou a isenção de vistos para todos os viajantes africanos, com o objetivo de facilitar a movimentação de pessoas e bens no país. O ministro da Segurança, Mahamadou Sana, afirmou que cidadãos africanos não precisarão pagar taxas de visto, bastando preencher uma aplicação online para obter a autorização.
A medida, que foi discutida em uma reunião do gabinete, visa promover o turismo e a integração regional, alinhando-se aos ideais pan-africanistas. Burkina Faso se junta a outros países, como Gana e Quênia, que também facilitaram as exigências de viagem para cidadãos africanos. O Capitão Traoré, que chegou ao poder em um golpe em 2022, se apresenta como um defensor do pan-africanismo e critica frequentemente as potências ocidentais.
Apesar de sua popularidade crescente, Traoré enfrenta críticas por seu estilo autoritário e pela gestão da insurgência jihadista que afeta o país. Estima-se que 40% do território burquinense esteja sob controle de grupos armados. A nova política de isenção de vistos é vista como uma tentativa de melhorar a imagem do país no exterior e estimular a cultura local.
A decisão também reflete um movimento mais amplo dentro da União Africana, que busca facilitar a mobilidade entre os países do continente. Recentemente, Gana e Quênia implementaram políticas semelhantes, enquanto Ruanda já permite a entrada de visitantes africanos sem visto. A mudança em Burkina Faso, no entanto, ocorre em um contexto de crescente isolamento, já que o país rompeu laços com a França e se alinhou com a Rússia, formando uma nova aliança com Mali e Níger.