- Gilberto Henrique Horta de Carvalho, aliado de políticos do Partido Liberal (PL), foi preso na Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de quarta-feira, 17.
- Ele é acusado de liderar uma organização criminosa que fraudava licenças ambientais e lavava dinheiro na exploração mineral em Minas Gerais.
- As investigações, iniciadas em 2020, revelaram que Carvalho e seu grupo geraram lucros de R$ 1,5 bilhão com projetos avaliados em R$ 18 bilhões.
- A operação resultou na prisão de Carvalho e de outros dez investigados, incluindo servidores públicos que facilitaram aprovações ilegais.
- Os presos poderão responder por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, e a Justiça Federal determinou o bloqueio de bens de Carvalho.
Um dos principais alvos da Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal na manhã de quarta-feira, 17, é Gilberto Henrique Horta de Carvalho, geógrafo de 38 anos e aliado de políticos do Partido Liberal (PL), incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Carvalho foi preso sob a acusação de liderar uma organização criminosa que fraudava licenças ambientais e lavava dinheiro na exploração mineral em Minas Gerais.
As investigações, que já estavam em andamento há anos, revelaram que Carvalho, que foi candidato ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) em 2023, contava com o apoio de figuras proeminentes do PL, como os deputados Nikolas Ferreira e Eduardo Bolsonaro. Durante a campanha, vídeos de apoio foram amplamente divulgados nas redes sociais. Apesar do respaldo político, Carvalho não obteve sucesso nas eleições.
Fraudes e Lavagem de Dinheiro
De acordo com a PF, Carvalho e seu grupo teriam gerado lucros de R$ 1,5 bilhão com projetos avaliados em R$ 18 bilhões. A investigação, que começou em 2020 com a operação Poeira Vermelha, identificou atividades irregulares em áreas protegidas, incluindo a Serra do Curral, em Belo Horizonte. A PF também registrou vazamentos de informações que comprometeram ações anteriores.
Entre 2021 e 2022, o grupo teria expandido suas operações, criando empresas para facilitar a exploração mineral irregular. Em 2023, Carvalho continuava a negociar projetos, incluindo uma barragem considerada uma das mais perigosas do Brasil. Mensagens recuperadas indicam que ele atuava como intermediário entre empresários e servidores públicos.
Prisões e Consequências
A Operação Rejeito resultou na prisão de Carvalho e de outros dez investigados, incluindo servidores públicos que supostamente facilitaram aprovações ilegais. A PF alega que o grupo manipulava normas da Agência Nacional de Mineração (ANM) e que Carvalho estava diretamente envolvido em negociações para alterar regulamentações em benefício próprio.
Os presos poderão responder por uma série de crimes, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A Justiça Federal também determinou o bloqueio de bens de Carvalho e a suspensão das atividades de suas empresas. A operação continua em andamento, com a PF realizando buscas em escritórios e órgãos públicos em Belo Horizonte.