- Na eleição de 7 de setembro de 2025, o peronismo obteve 47,28% dos votos nas eleições legislativas regionais.
- O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, declarou a vitória do peronismo e se posiciona como potencial candidato presidencial para 2027.
- O partido A Liberdade Avança ficou em segundo lugar, com 33,7% dos votos.
- A relação de Kicillof com a ex-presidente Cristina Kirchner é tensa, embora ela ainda exerça influência no movimento.
- O peronismo, com 98 deputados e 33 senadores no Congresso Nacional, enfrenta desafios internos e uma oposição forte, mas a insatisfação com o governo atual pode beneficiá-lo nas próximas eleições.
Na noite de 7 de setembro de 2025, o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, declarou: “Hoje ganhou o peronismo.” O resultado das eleições legislativas regionais, onde o peronismo obteve 47,28% dos votos, marca um novo capítulo para o movimento, que teve seu auge entre 2003 e 2015 sob a liderança do kirchnerismo. O partido A Liberdade Avança (LLA) ficou em segundo lugar, com apenas 33,7% dos votos.
Kicillof, que governa a província desde 2019, se posiciona como um potencial candidato presidencial para 2027. A relação com Cristina Kirchner, ex-presidente e figura influente do peronismo, é tensa. Apesar de estar sob prisão domiciliar e condenada por corrupção, Cristina ainda exerce poder dentro do movimento. O analista político Hugo Haime descreve a ex-presidente como “uma rainha questionada”.
Desafios e Oportunidades
O peronismo, que conta com 98 dos 257 deputados e 33 dos 72 senadores no Congresso Nacional, enfrenta desafios internos e uma forte oposição. A recente vitória de Kicillof reacende a esperança de renovação, mas a unidade do partido é crucial. Felipe Solá, ex-chanceler e conselheiro do Partido Justicialista, enfatiza que o peronismo deve permanecer unido para evitar divisões que possam levar a derrotas.
A insatisfação com o governo do presidente Javier Milei, que enfrentou críticas por um ajuste econômico severo, pode beneficiar o peronismo nas próximas eleições. Juan Negri, professor da Universidade Di Tella, observa que o clima de irritação social pode ser explorado pelo movimento, que busca reconquistar a confiança dos eleitores.
O Futuro do Peronismo
A memória das conquistas sociais do peronismo ainda ressoa entre muitos argentinos. Santiago Cafiero, ex-chanceler e deputado, destaca que a figura de Cristina continua a ser uma referência emocional. A construção de uma nova liderança, no entanto, deve ocorrer sem imposições, permitindo que o movimento se adapte às demandas atuais da sociedade.
Com as eleições nacionais marcadas para 26 de outubro, o peronismo se prepara para um teste decisivo. A capacidade de Kicillof de consolidar sua liderança e unir o partido será fundamental para enfrentar os desafios que se avizinham.