- Trinta e oito jovens sequestrados pelo Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG) relataram tortura durante um resgate militar em Jalisco, México, no dia 29 de janeiro.
- Os jovens afirmam que foram agredidos por soldados do 32º Batalhão de Infantaria, que usaram técnicas de tortura, incluindo socos e afogamento em água.
- Duas mulheres entre os capturados também denunciaram agressões sexuais.
- Após a operação, os jovens foram detidos, mas liberados por um juiz. Contradições nas versões oficiais sobre a atuação militar levantaram dúvidas sobre os eventos.
- As denúncias de tortura foram encaminhadas à unidade de direitos humanos da Procuradoria Geral da República, mas não houve progresso nas investigações após sete meses.
Três dúzias de jovens, sequestrados pelo Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), relataram tortura e abusos durante um resgate militar em Jalisco, México. O incidente ocorreu em 29 de janeiro, quando os militares invadiram um rancho onde os jovens estavam sendo mantidos em cativeiro.
Os relatos indicam que 38 jovens, recrutados forçosamente pelo cartel, foram submetidos a uma operação militar que rapidamente se transformou em uma caceria violenta. Os jovens afirmam que os soldados, identificados como pertencentes ao 32º Batalhão de Infantaria, os agrediram fisicamente, utilizando técnicas de tortura como socos, chutes e até afogamento em água. As denúncias incluem também agressões sexuais, especialmente contra duas mulheres que estavam entre os capturados.
Após a intervenção militar, os jovens foram detidos e, posteriormente, liberados por um juiz. No entanto, as contradições nas versões oficiais sobre o tempo de chegada dos militares e a atuação da Guarda Nacional levantam sérias dúvidas sobre a veracidade dos relatos. Enquanto os militares alegam ter chegado após a Guarda Nacional, os jovens insistem que os soldados foram os primeiros a chegar e a agredir.
As denúncias de tortura foram encaminhadas à unidade de direitos humanos da Procuradoria Geral da República, mas, após sete meses, não houve progresso nas investigações. Os relatos das vítimas, que incluem detalhes gráficos das agressões, revelam um padrão de violência sistemática que desafia a narrativa oficial das forças de segurança.