- O Instituto de Diálogo Estratégico (ISD) aponta que 18 a 20% das respostas de quatro chatbots — ChatGPT, Gemini, DeepSeek e Grok — citam fontes estatais russas ou redes de desinformação, levantamento feito em julho.
- Em análise de 300 perguntas em diferentes idiomas, os pesquisadores observaram enviesamento conforme o tipo de pergunta, com maior uso de fontes russas em perguntas tendenciosas ou maliciosas (25% das respostas).
- A pesquisa discute implicações regulatórias na União Europeia, diante de sanções a 27 veículos de comunicação russos por desinformação e da pressão por padrões de transparência nas fontes.
- Em termos de uso contemporâneo, o ChatGPT atingiu 120,4 milhões de usuários ativos mensais na UE, aumentando a pressão regulatória para controle de desinformação.
- A OpenAI afirmou tomar medidas para evitar uso de suas plataformas para disseminar informações falsas, ressaltando que os resultados se baseiam em buscas na internet, e não apenas nas respostas geradas; Google e DeepSeek não comentaram.
Pesquisas recentes do Instituto de Diálogo Estratégico (ISD) revelam que 18 a 20% das respostas de quatro chatbots populares — ChatGPT, Gemini, DeepSeek e Grok — citam fontes estatais russas ou redes de desinformação. O estudo, realizado em julho, levantou questões sobre o enviesamento nas respostas, dependendo do tipo de pergunta feita.
Os pesquisadores analisaram 300 perguntas em diferentes idiomas, abordando temas como a guerra na Ucrânia, recrutamento militar e crimes de guerra. Os dados indicam que os chatbots tendem a apresentar informações de fontes russas, especialmente em perguntas tendenciosas ou maliciosas. Por exemplo, perguntas maliciosas resultaram em conteúdos de fontes russas em 25% das respostas.
Implicações Regulativas
Esses achados levantam preocupações sobre a capacidade dos modelos de linguagem de restringir a veiculação de conteúdos de mídias sancionadas pela União Europeia (UE). Desde a invasão da Ucrânia, a UE já sancionou 27 veículos de comunicação russos por disseminação de desinformação. Pablo Maristany de las Casas, analista do ISD, destaca a necessidade de um consenso sobre quais fontes não devem ser referenciadas nos chatbots.
Além disso, a crescente popularidade de chatbots como fontes de informação em tempo real — com ChatGPT atingindo 120,4 milhões de usuários ativos mensais na UE — aumenta a pressão sobre reguladores para implementar medidas de controle. A Comissão Europeia afirmou estar em contato com autoridades nacionais para abordar o problema da desinformação.
Respostas das Empresas
A OpenAI, responsável pelo ChatGPT, declarou que está tomando medidas para evitar o uso de suas plataformas para disseminar informações falsas. No entanto, a empresa ressalta que os resultados mencionados no estudo são baseados em buscas na internet, não apenas nas respostas geradas por seus modelos. Google e DeepSeek não se pronunciaram sobre o assunto.
A pesquisa do ISD evidencia que, à medida que os chatbots se tornam ferramentas comuns para busca de informações, a regulação e a transparência sobre as fontes utilizadas são fundamentais para evitar a propagação de narrativas enganosas.