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Câmara aprova regras mais rígidas para reforma agrária

Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que endurece critérios de desapropriação de terras para reforma agrária, pendente de análise pelo Senado

Por Revisado por Time de Jornalismo Portal Tela
Propriedade: assentamento do MST em Tremembé. Projeto aprovado na Câmara pode endurecer regras para reforma agrária, deslegitimando reivindicações do movimento. (Foto: Isaac Fontana/EFE)
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  • A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira, projeto de lei que muda as regras para desapropriação de terras para reforma agrária; o texto ainda precisa passar pelo Senado.
  • A proposta endurece critérios de produtividade e de condições ambientais das propriedades rurais.
  • O projeto é de Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zucco (PL-RS) e impacta o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
  • Hoje a desapropriação ocorre quando a propriedade não cumpre a função social; com a nova lei, será necessário descumprir todos os requisitos para ser considerada improdutiva, tornando o processo mais rigoroso.
  • O relator, Pedro Lupion (PP-PR), defende uma reforma agrária séria que não prejudique o agronegócio, enquanto Reimont (PT-RJ) critica a medida, dizendo que pode favorecer terras com trabalho escravo. O projeto segue para o Senado.

A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (5), um projeto de lei que modifica as regras para a desapropriação de terras para reforma agrária no Brasil. A proposta, que ainda precisa passar pelo Senado, visa endurecer os critérios relacionados à produtividade e às condições ambientais das propriedades rurais.

O projeto, de autoria dos deputados Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zucco (PL-RS), impacta diretamente o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Atualmente, a desapropriação de terras é permitida quando estas não cumprem a função social, sendo consideradas improdutivas. Com a nova legislação, será necessário que a propriedade descumpra todos os requisitos para ser considerada improdutiva, o que torna o processo mais rigoroso.

Além disso, as exigências relacionadas ao meio ambiente e às condições de trabalho só poderão ser consideradas violadas após uma decisão judicial. O deputado Pedro Lupion (PP-PR), relator do projeto, defendeu a criação de uma “reforma agrária séria” que não prejudique o agronegócio. Em contraposição, o deputado Reimont (PT-RJ) criticou a proposta, afirmando que a nova lei poderia permitir que terras com trabalho escravo não fossem desapropriadas.

Contexto da Reforma Agrária

A reforma agrária no Brasil é regulamentada pela lei de 1993, que já enfrentou diversas propostas de modificação. Historicamente, o MST tem buscado a desapropriação de terras através de invasões, embora a legislação atual permita a desapropriação somente de propriedades que não atendem aos critérios de produtividade. O projeto aprovado representa uma mudança significativa, com potencial para deslegitimar as reivindicações do movimento.

Agora, o projeto de lei seguirá para o Senado, onde poderá sofrer novas alterações. A aprovação na Câmara reflete um debate acirrado entre diferentes setores da sociedade, evidenciando as tensões entre a produção agrícola e a reforma agrária no Brasil.

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