- Gouveia e Melo afirma que decidiu concorrer à presidência de Portugal após uma tentativa do presidente Marcelo Rebelo de Sousa de reconduzi-lo ao comando da Armada, condicionando isso a investimentos na Marinha.
- Em entrevista ao livro “Gouveia e Melo – As Razões”, ele disse ter ficado frustrado ao ler o artigo do Expresso e acusou Governo e Presidente de desinteresse pela defesa, atribuindo a motivação a interesses internos na Marinha.
- O ex-chefe do Estado-M maior da Armada critica a abordagem do Governo à defesa, que teria limitado-se a correções salariais para militares, e afirma que a estratégia para impedir sua candidatura falhou, levando-o à entrada na política.
- Ele destaca falta de atenção política às mudanças globais, citando a possível reeleição de Donald Trump como exemplo, e afirma que seu conhecimento pode ser mais útil fora das Forças Armadas.
- Sobre as eleições de dezoito de janeiro, diz que o adversário real é o preconceito disfariado pela democracia, reage às críticas de Luís Marques Mendes e adianta que o livro trará mais detalhes sobre sua visão e críticas ao cenário atual.
O almirante Henrique Gouveia e Melo revelou que sua decisão de candidatar-se à presidência de Portugal foi motivada por uma tentativa do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa de barrar sua candidatura. Em entrevista ao livro “Gouveia e Melo – As Razões”, ele afirma que se sentiu frustrado ao ler um artigo do Expresso, que indicava que Marcelo pretendia reconduzi-lo ao comando da Armada, condicionando isso a investimentos na Marinha.
Gouveia e Melo, que já havia criticado as pressões políticas em relação à sua candidatura, agora aponta o dedo diretamente ao Governo e ao Presidente, afirmando que ambos demonstraram desinteresse pela defesa nacional. Ele descreve a situação como resultado de interesses internos na Marinha, levando-o a optar por uma mudança de direção em sua carreira.
Críticas ao Governo e à Defesa
O ex-chefe do Estado-Maior da Armada destaca que a abordagem do Governo em relação à defesa se resumia a correções salariais para os militares. “Deduzir que o que pretendiam era que eu ficasse amarrado à Marinha com um eventual ‘prêmio’ foi um erro”, critica Gouveia e Melo. Ele enfatiza que a estratégia de impedir sua candidatura falhou e que, ao invés disso, decidiu entrar na política para ter um impacto real.
No livro, o almirante também menciona a falta de atenção do poder político às mudanças globais, citando a possível reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos como um exemplo de alheamento. Gouveia e Melo acredita que seu conhecimento e experiência podem ser mais úteis fora das Forças Armadas, no cenário político.
Desdobramentos e Desafios
Sobre as eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro, o candidato destaca que seu principal adversário não está nas urnas, mas sim no “preconceito travestido de democracia”. Ele reage às críticas de Luís Marques Mendes, que o considera um “risco para a democracia”, afirmando que tal afirmação é infundada e revela uma falta de entendimento sobre seu propósito.
O livro de Gouveia e Melo, que será lançado em breve, promete trazer mais detalhes sobre sua visão e experiências, além de suas críticas ao atual cenário político e militar em Portugal.