- O Relatório Democracia 2025 aponta risco de autocratização na Guiné-Bissau, com interferência militar e concentração de poder no presidente Umaro Sissoco Embaló.
- O estudo, citado pela investigadora Ana Lúcia Sá, descreve o país como Estado falhado, com instituições incapazes de conter o uso discricionário do poder.
- Desde a transição para multipartidarismo, em 1991, o país acumula crises políticas; em 2023 houve dissolução do Parlamento e, em 2024, suspensão de instituições democráticas.
- As eleições gerais estão marcadas para 23 de novembro, com doze candidatos, incluindo Embaló; a candidatura de Domingos Simões Pereira foi rejeitada e a coalizão PAI-Terra Ranka não disputará as legislativas.
- A Liga Guineense dos Direitos Humanos alerta sobre deterioração das liberdades desde 2020, com intimidações a membros da sociedade civil e práticas não regulamentadas que fortalecem o autoritarismo.
A Guiné-Bissau enfrenta um cenário de instabilidade política crescente, com riscos de autocratização, conforme aponta o Relatório Democracia 2025. O estudo, elaborado por especialistas e citado pela investigadora Ana Lúcia Sá, destaca a interferência militar e a concentração de poder nas mãos do presidente Umaro Sissoco Embaló como fatores críticos que fragilizam a democracia no país.
Desde a transição para o multipartidarismo em 1991, a Guiné-Bissau tem enfrentado crises políticas recorrentes. A dissolução de órgãos governamentais, incluindo o Parlamento em 2023, e a suspensão de instituições democráticas em 2024 são indicativos de um controle autoritário crescente. O relatório descreve o país como um “Estado falhado”, onde as instituições não conseguem impedir o uso discricionário do poder pelo presidente.
Cenário Pré-Eleitoral
Em meio a esse contexto, a Guiné-Bissau se prepara para as eleições gerais agendadas para 23 de novembro. A corrida presidencial conta com doze candidatos, incluindo Embaló, que busca um segundo mandato. A candidatura de Domingos Simões Pereira, do PAIGC, foi rejeitada, assim como a coligação PAI-Terra Ranka para as legislativas. Esse ambiente pré-eleitoral é marcado por tensões e incertezas, refletindo a fragilidade do sistema político.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos já alertou sobre a deterioração das liberdades fundamentais desde 2020, com intimidações a membros da sociedade civil e práticas não regulamentadas que fortalecem o autoritarismo. A situação atual evidencia o longo caminho que a Guiné-Bissau ainda precisa percorrer para consolidar uma democracia plena.