- O Conselho de Ética aprovou parecer recomendando o cancelamento da filiação de Celso Sabino (PA) ao União Brasil; a decisão final cabe à Executiva Nacional.
- Se depender da cúpula, Sabino pretende permanecer no governo mesmo após o parecer.
- A decisão ocorreu em reunião virtual realizada na terça-feira, dia 25, após Sabino ter ignorado ordem de romper com o governo petista.
- O litígio elevou a tensão interna no União Brasil entre quem quer romper com Lula e quem quer manter aliança política.
- Além das questões partidárias, Sabino destacou avanços da COP thirty na Belém (PA), com ênfase em inclusão de comunidades tradicionais e interesse brasileiro em cooperação internacional.
O Conselho de Ética aprovou parecer que recomenda o cancelamento da filiação do ministro Celso Sabino (PA) ao União Brasil. A decisão final cabe à Executiva Nacional do partido, que pode manter ou expulsar o ministro indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Sabino permanece no cargo caso haja sobrevida da cúpula.
O processo foi aberto em outubro, após Sabino ter ignorado a ordem de romper com o governo petista. O ministro tentou obter salvo-conduto para permanecer no Turismo até o fim do ano, pediu mais tempo e chegou a comunicar a saída do cargo, mas recuou diante do apoio de deputados da base. A decisão expõe uma divisão interna entre dirigentes dispostos a romper com Lula e uma base no Congresso que quer manter a parceria.
Caso seja expulso, Sabino pode migrar para outro partido, mirando a eleição de 2026 e, segundo aliados, não descartando movimentos como PSB ou PDT. O ministro, porém, afirma estar concentrado na COP 30, em Belém, e disse que, se permanecer, trabalhará para reconstruir a relação entre o União Brasil e o governo.
Contexto institucional e COP 30
Sabino defende que o melhor caminho é seguir o projeto de Brasil sob a liderança do presidente Lula, mesmo com divergências internas. Ele ressaltou que a COP 30, que lidera em Belém, tem foco em inclusão de comunidades tradicionais e em inovações no texto final sobre energia. O ministro destacou números da gestão no Turismo, com expectativa de mais de 10 milhões de turistas estrangeiros em 2024 e faturamento de 35,6 bilhões de reais entre janeiro e outubro.
O cenário político envolve ainda atritos entre o Planalto e setores do Congresso. Presidentes do Senado e da Câmara mantêm posições distintas, o que influencia a agenda legislativa neste fim de ano. Sabino disse acreditar que, no fim, o interesse do país deve prevalecer sobre disputas internas, mantendo o foco em políticas públicas.