- Ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, elogiou Gleisi Hoffmann e abriu a possibilidade de um quarto mandato de Lula durante a sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, na manhã de quarta-feira 26.
- A fala ocorreu em meio a tensões entre o Planalto e o Legislativo, gerando repercussão no Centrão ao longo do dia.
- A presença de Renan Calheiros no evento foi interpretada como movimento para aproximar Lira de Lula e angariar apoio do PT.
- O Partido Progressista afirmou que não apoiará Lula no próximo ano, mantendo posição de oposição ao governo.
- Aliados veem a declaração de Lira como indicação de quem fala pela Câmara, evidenciando fragilidade de Hugo Motta na condução de articulações mais complexas.
Durante a cerimônia de sanção da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, protagonizou falas-chave que repercutiram no Centrão. O momento coincidiu com elogios públicos à atuação da ministra Gleisi Hoffmann e com sinais de aproximação entre o Planalto e o governo.
Lira mencionou a articulação de Gleisi Hoffmann e deixou claro a leitura sobre o cenário político: abriu espaço para discutir, em futuro governo, a possibilidade de um quarto mandato de Lula. O gesto foi interpretado como um aceno direto ao Planalto, em meio à tensão entre Executivo e Legislativo.
A presença de Renan Calheiros no palanque aumentou a leitura de tentar consolidar alianças. No PP, dirigida por Ciro Nogueira, a resposta oficial foi de que a sigla não seguirá com o apoio a Lula no próximo ano, ainda que a aparição de Calheiros tenha alimentado as leituras de bastidores.
Reação do Centrão e fragilidade de Motta
Desenhou-se, nos bastidores, uma leitura de que Lira ocupou espaço de liderança dentro da Câmara, diante da ausência de Hugo Motta. A percepção é de que o presidente da Casa tem dificuldade para conduzir articulações mais complexas, como a anistia a golpistas. Com a plateia, o afastamento de Motta ficou evidente, abrindo espaço para que Lira aparecesse como figura de ponte entre Executivo e Legislativo.