- O presidente Lula indicou Jorge Messias, atual advogado-geral da União, para a vaga no Supremo Tribunal Federal aberta com a saída de Luís Roberto Barroso.
- Messias se declarou evangélico e tem sido apresentado como ponte do governo com o eleitorado evangélico.
- A decisão ocorre em ano pré-eleitoral, em meio à tentativa de aproximar o governo desse segmento, que representa aproximadamente vinte e sete por cento da população.
- Lideranças religiosas e a oposição questionam o nome, citando passados vínculos do PT e dúvidas sobre posições em temas como aborto, o que pode dificultar a aprovação.
- A confirmação depende da aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, posteriormente, no plenário.
A indicação de Jorge Messias para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso no STF amplia o conjunto de nomes ligados ao governo Lula que compõem a nova lista de pretensos ministros. Messias é atual advogdo-geral da União e se apresenta publicamente como evangélico, traço que busca aproximar o governo de esse segmento demográfico. A escolha ocorre em ano pré-eleitoral, quando o presidente intensifica a interlocução com lideranças religiosas.
A nomeação de Messias difere dos indicados anteriores, Flávio Dino e Cristiano Zanin, por trazer um perfil religioso explícito ao topo do governo. O objetivo declarado é manter lealdade política, ao mesmo tempo em que conquista apoio de eleitores evangélicos. Dados do IBGE apontam que esse grupo representa cerca de 27% da população no país.
Embora o critério de afinidade com o eleitorado tenha motivado a indicação, há resistência interna. Lideranças religiosas e senadores da oposição manifestaram cautela, citando questões que consideram centrais para o cristianismo, como a agenda antiaborto, e a longa ligação de Messias com o PT. A discordância pode dificultar a aprovação na CCJ do Senado.
A tramitação passa pela CCJ e, em seguida, pelo plenário. A oposição tem mobilizado interlocução com alas evangélicas para questionar a escolha, o que pode atrasar ou inviabilizar a confirmação. Messias já tem experiência institucional e atuação integrada à gestão federal, fatores considerados relevantes por apoiadores do governo.
A controvérsia sobre o nome permanece aberta, com apoiadores enfatizando a necessidade de experiência jurídica forte no STF. Críticos, por sua vez, destacam a importância do alinhamento com prioridades do governo, bem como a garantia de independência institucional. A decisão final depende do crivo do Senado.