- A princesa Aiko, única filha do imperador Naruhito e da imperatriz Masako, completou 24 anos com popularidade em ascensão e presença crescente em atos oficiais.
- O debate sobre a possibilidade de uma mulher herdar o trono volta a ganhar força, ainda que a Lei da Casa Imperial de 1947 defina a sucessão pela linha masculina.
- Pesquisas indicam apoio significativo à ideia de uma imperatriz, com porcentagens variando entre setenta e noventa por cento conforme a pesquisa.
- A reforma enfrenta resistência de conservadores na Dieta; especialistas destacam que é preciso amplo consenso nacional, negociações bipartidárias e, possivelmente, mudança de governo para avançar.
- A discussão ganha impulso em meio à preocupação com a ausência de herdeiros homens na geração mais jovem, com Hisahito, de dezenove anos, sendo o único varão da linha de sucesão.
A princesa japonesa Aiko, filha do imperador Naruhito e da imperadora Masako, completou 24 anos nesta segunda-feira. Sua popularidade vem crescendo e ela tem ganhado cada vez mais presença em atos oficiais. O tema da linha de herdeira aparece novamente com força na sociedade japonesa, marcada pela Lei da Casa Imperial de 1947.
O debate sobre a possibilidade de uma mulher herdar o Trono do Crisântemo reacende-se em um país ainda fortemente tradicionalista. Aiko surge no centro das discussões, em meio a sondagens que indicam apoio à ideia de uma imperatriz futura. O assunto divide políticos e especialistas, mesmo com amplo respaldo popular em favor da reforma.
Durante a discussão, o peso simbólico da figura feminina é destacado por analistas. O atual cenário político, com a necessidade de amplo consenso, revela dificuldades para alterar a legislação, que é tratada como lei ordinária, mas carrega importância institucional. Uma mudança exige acordos bipartidistas e comissões da Dieta.
Quando se olha para a prática, a linha de sucessão permanece com herdeiros homens. Hisahito, de 19 anos, é o único descendente masculino do grupo mais jovem, enquanto Fumihito, de 60, e Hitachi, de 90, aparecem como os próximos na linha. A oposição conservadora complica qualquer caminho para uma imperatriz.
Especialistas ouvidos por este jornal destacam que a reforma demandaria não apenas votos, mas pressão pública contínua. Se o governo atual não avançar, poderia haver necessidade de mudança de coalizão ou apoio de partidos de oposição mais abertos à ideia de uma imperatriz. O tema envolve questões de igualdade de gênero e tradição.
Apoio público relacionado ao tema varia conforme a pesquisa. Em maio, um levantamento apontou cerca de 70% de apoio à possibilidade de mulheres herdarem o trono; outra pesquisa em 2024 chegou a 90%. A agenda de Aiko, com atividades oficiais e trabalho junto à Cruz Vermelha, reforça a percepção de uma liderança mais presente na vida pública.
A protagonista da discussão não atua apenas no Japão. O debate ecoa em países com heranças monárquicas, onde uma imperatriz forte pode simbolizar mudanças sociais. Observadores ressaltam que, para avanços significativos, é necessária uma vontade coletiva que ultrapasse fronteiras políticas.
Entre as linhas históricas, a legislação de 1947 é o marco regulatório atual. A comparação com situações anteriores na dinastia mostra que houve momentos de sucessão feminina, mas não de forma duradoura. A partir de agora, o tema volta a ficar em evidência diante da ascensão de Aiko e da pressão por reformas.