- Parlamentares afirmam que anunciar pauta surpresa de sessão, incluindo cassação de Glauber Braga e de Carla Zambelli, gerou irritação e clima tenso no plenário.
- Glauber Braga foi retirado à força da mesa e agredido por seguranças, com jornalistas também atingidos durante a confusão.
- O presidente da Câmara, Hugo Motta, disse que buscou proteger o parlamento e a democracia, justificando a pauta pela agenda econômica do governo Lula.
- Líderes de oposição afirmam que houve descumprimento de acordo prévio, gerando críticas à condução de Motta; Lindbergh Farias chegou a dizer que Motta perdeu condições de presidir.
- Em episódios anteriores, aliados de Motta destacaram diferenças entre as situações envolvendo ocupação da mesa: defenderam que, no caso atual, não cabia reproduzir ações usadas em outras ocasiões.
Depois de uma sessão conturbada na Câmara, Glauber Braga (PSOL) foi retirado à força do plenário e denunciou agressões a jornalistas. A crise envolveu o presidente da casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a cobrança pela pauta e a defesa da democracia feita por Motta. O episódio ocorreu na terça-feira (9), em Brasília, durante votação anunciada de forma surpresa.
Líderes de partidos cobraram responsáveis pela ordem e criticaram a condução da sessão. Alegam que Motta anunciou pauta econômica sem acordo prévio, abrindo espaço para votações de cassação de Glauber Braga e Carla Zambelli e para o projeto da dosimetria, que beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro. O clima ficou tenso entre governo e oposição.
Os relatos indicam que, na véspera, Motta participou de jantar com líderes e ministros para alinhar a agenda econômica. Segundo eles, a surpresa dificultou o acordo entre as bancadas e gerou irritação no plenário. O PT, por meio de Lindbergh Farias, mencionou perda de condições de presidência por parte de Motta.
Contorno do episódio e reação de Motta
Motta saiu em defesa de sua atuação, afirmando que buscou proteger o parlamento de atos extremistas e manter a democracia. Ele disse que a Câmara não se curvará diante de condutas inadequadas e que a função dele é defender o Parlamento. Parlamentares governistas criticaram o comportamento de Motta em situações semelhantes.
Durante o tumulto, jornalistas e deputados foram atingidos, com registros de agressões durante a retirada de Braga. A Polícia Legislativa participou da operação, que também afastou pessoas do plenário. Em contraste, ocorrências anteriores envolvendo ocupação da mesa pela base aliada tiveram desfechos diferentes.
Análise dos desdobramentos políticos
A oposição sustenta que a pauta de cassação e o projeto da dosimetria foram usadas como recompensa política. Defendem que as ações não puderam ocorrer sem consenso entre líderes. A defesa de Motta ressalta a necessidade de evitar ocupações que pressionem o funcionamento do Legislativo.
O episódio ampliou a atmosfera de desconfiança entre líderes e o corpo técnico da Câmara. O tom entre as bancadas permanece aceso, com debates sobre legitimidade de medidas e sobre o papel do presidente diante de conflitos internos. Não há, até o momento, registro de novas votações ou desdobramentos formais.
Perspectivas para os próximos dias
Analistas apontam que a Câmara deverá retomar a pauta com maior organização, buscando acordos prévios entre as lideranças. A prioridade continuará sendo o equilíbrio entre a agenda econômica do governo e as gavetas políticas das representações. O debate sobre a atuação de Motta deve seguir sob escrutínio público.
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