- O governo dos Estados Unidos reconheceu que a FAA e o Exército contribuíram para a colisão entre um jato regional da American Airlines e um helicóptero Black Hawk perto de Washington, DC, que deixou 67 mortes.
- A resposta à ação civil sustenta que a controladora de tráfego aéreo violou procedimentos ao depender de visual para manter separação e que a pilotagem do helicóptero falhou em manter vigilância para evitar o choque.
- A ação também aponta responsabilidade da American Airlines e da PSA Airlines, embora as companhias estejam buscando afastar-se do caso.
- Dados da investigação preliminar da NTSB indicam fatores como o helicóptero voando 24 metros acima do permitido e limitações na separação entre aeronaves; além disso, a FAA não teria reconhecido perigos anteriores, mesmo após 85 incidentes próximos.
- O relatório oficial da NTSB deve ser divulgado no começo do próximo ano; entre as vítimas estavam jovens patinadores de alto nível e trabalhadores da área de Washington.
O governo dos EUA reconheceu nesta semana que a Administração Federal de Aviação (FAA) e o Exército contribuíram para o acidente envolvendo um helicóptero Black Hawk e um avião comercial próximo a Washington, DC, que deixou 67 mortos. O episódio ocorreu em janeiro, na aproximação ao aeroporto Ronald Reagan, em Virginia, na região norte da capital.
A resposta oficial, apresentada em ação judicial movida por familiares de vítimas, afirma que o erro humano e falhas no controle de tráfego aéreo ajudaram a causar a colisão. Segundo o documento, o controlador desrespeitou procedimentos de distância visual entre aeronaves naquela noite.
A petição também aponta falhas do helicóptero militar, que não manteve a vigilância para evitar o avião, e acrescenta que outras partes, incluindo a American Airlines e a PSA Airlines, podem ter tido participação no acidente. As companhias arroladas apresentam pedidos de retirada do processo.
Duas dúzias de corpos foram localizados no Potomac após o choque com o jato, que transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, enquanto três militares estavam no helicóptero. As investigações destacam que o helicóptero operava com separação visual inadequada.
Robert Clifford, advogado da família da vítima Casey Crafton, afirmou que o governo reconhece responsabilidade do Exército e falhas da FAA, ao mesmo tempo em que admite a atuação de outras partes. As famílias permanecem consternadas pela perda de entes queridos.
Os advogados do governo afirmam que houve descumprimento do dever de cuidado, o que causou o acidente de forma direta, segundo o documento. AFAA e o Exército não comentaram detalhes adicionais no momento.
American Airlines não comentou o andamento do processo, citando que a via adequada é contra o governo dos EUA. A empresa informou, em peça judicial anterior, que apoia as famílias desde o ocorrido e pediu a continuidade da ação contra as autoridades federais.
Perspectivas de apuração
O Conselho Nacional de Segurança de Transporte (NTSB) deve divulgar o relatório de causas do acidente no início do próximo ano. O órgão já aponta que o helicóptero voava 24 metros acima do limite permitido para a rota, e que houve falhas de reconhecimento de distâncias na aproximação.
A investigação também indicou que o FAA não reconheceu, antes do acidente, os perigos na área do aeroporto, mesmo após 85 incidentes próximos ocorridos nos três anos anteriores. A prática de depender da separação visual foi encerrada pela agência.
Testemunhas disseram que há dúvidas sobre a capacidade da tripulação do helicóptero de detectar o jato com o uso de óculos de visão noturna e se estavam observando o ponto correto. O barômetro usado pela aeronave pode ter indicado 24 a 30 metros a menos que o indicado pelo registro de dados de voo.
Entre as vítimas, estavam jovens patinadores de alto nível, seus familiares e treinadores, que voltavam de uma competição em Wichita, além de quatro estivadores da região de Washington.
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