- Governo e British Medical Association não chegaram a acordo sobre remuneração e vagas, levando milhares de médicos residentes na Inglaterra a entrarem em greve de cinco dias; já é a 14ª paralisação desde 2023.
- A greve ocorre em meio a uma epidemia de gripe no inverno, com serviços de saúde sob pressão, tratamentos de vida que antes eram disponíveis apenas em horário comercial e atendimento de emergência enfrentando restringimentos.
- A disputa tem raiz em queda real do poder de compra desde 2008/2009, apesar de ganho de quase 28,9% nos últimos três anos, além de um gargalo de vagas de formação que tem levado muitos profissionais a deixar o NHS. Estima-se que quarenta mil médicos se candidatem a cerca de dez mil postos de especialização.
- O governo tem tentado resolver o impasse com aumento de vagas de treinamento, mas sem reajuste salarial neste ano; o gasto público com o NHS permanece restrito e há receio de que outro grupo de servidores peça aumentos caso haja novos reajustes.
- A opinião pública está dividida e a oposição política acusações mútuas sobre responsabilidade; há expectativa de mediação independente, mas o desfecho pode se estender até 2026, com possibilidade de novas greves caso não haja acordo.
A greve de médicos residentes na Inglaterra entra na sua 14ª edição desde 2023, após falhas nas negociações sobre salários e vagas de treinamento. O confronto envolve o governo britânico e a British Medical Association (BMA), que representa cerca de 55 mil dos 70 mil residentes no país. A paralisação de cinco dias começou nesta semana, coincidindo com um surto de gripe que afeta diversos hospitais.
O governo diz que a oferta atual não vale a pena reverter a crise de pessoal, enquanto a BMA alega que a remuneração não acompanha a inflação e que as oportunidades de progressão na carreira estão cada vez menores. A greve ocorre em meio a pressões de custo de vida, com efeitos diretos na disponibilidade de atendimento fora do horário comercial em algumas regiões e no encaminhamento de pacientes de emergência.
A temporada de gripe intensifica o impacto: hospitais relatam maior número de pacientes graves e restrições em áreas de tratamento. Procurada pela imprensa, a frente dos residentes afirma que a crise de salários e de vagas de especialização está sem solução há anos e que medidas simples, como ampliar vagas de formação, podem reduzir o déficit de médicos na NHS.
Entre as lideranças, o secretário de Saúde Wes Streeting defende criar mais vagas de formação, mas não propõe aumento salarial imediato para este ciclo. A oposição aponta que poucos setores recebem reajustes tão consistentes quanto os médicos residentes, o que alimenta o desgaste entre trabalhadores e governo.
Medidas de intervenção técnica discutidas incluem mediação independente para mediar as posições de governo e A BMA, após a sugestão de que a disputa pode se prolongar até 2026. As autoridades NHS reconhecem dificuldades de planejamento com a continuidade do impasse, que já afeta o funcionamento de serviços críticos em várias regiões.
Analistas ouvidos destacam que o apoio público tem se deteriorado e que a pressão salarial é apenas uma parte do problema, com falhas estruturais na formação de médicos sendo um componente-chave. Mesmo com o objetivo de proteger pacientes, o movimento é visto como um impasse complexo entre remuneração, carreiras e gestão de recursos.
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