- Os Liberal Democrats pedem que a investigação sobre interferência de estados estrangeiros hostis no Reino Unido inclua os Estados Unidos, incluindo a administração de Donald Trump.
- O pedido parte de uma carta ao secretário de comunidades, Steve Reed, sobre a revisão independente em curso.
- Os britânicos afirmam que o apoio explícito do governo dos EUA a partidos nacionalistas de direita na Europa configura interferência externa.
- A investigação, que inicialmente foca na Rússia, deve ampliar o alcance para avaliar a atuação de Estados hostis adicionais, como os EUA, segundo os liberais.
- A proposta surge após a prisão de Nathan Gill, ex-líder sênior do Reform UK, com a imprensa acompanhando as pautas de interferência externa na política britânica.
O Partido Liberal Democrata propôs ampliar uma investigação sobre interferência de estados estrangeiros hostis no Reino Unido para também incluir ações dos Estados Unidos sob a gestão de Donald Trump. A ideia foi apresentada em uma carta ao secretário de Comunidades, Steve Reed, responsável pela revisão independente em curso.
Segundo os liberals, o apoio explícito do governo dos EUA a partidos nacionalistas de direita na Europa configura interferência externa. O texto cita a estratégia de segurança nacional dos EUA, divulgada recentemente, que descreve a Europa como alvo de resistência e menciona a promoção de influências nacionalistas no continente.
A carta sustenta que a análise, até então centrada em Rússia e estados similares, deve reconhecer a nova dimensão de intervenção norte-americana. O documento também aponta que a estratégia norte-americana usa linguagem que, de acordo com os signatários, estimula a influência de partidos patrióticos europeus.
A imprensa britânica reforça que a investigação busca entender influências financeiras e outras formas de pressão externa sobre o Reino Unido. O impulso ocorre após a prisão do ex-líder do Reform UK, Nathan Gill, em um caso ligado a supostos pagamentos indevidos e declarações pró-Rússia.
O grupo de liderança externa do Lib Dem, liderado por Ed Davey, já tem pressionado o governo a adotar posição mais firme contra a gestão de Trump. Em setembro, durante a segunda visita de Trump ao Reino Unido, Davey não participou de um banquete de Estado em protesto pela forma como o governo lidou com a situação na Faixa de Gaza.
Calum Miller, porta-voz de assuntos externos, reiterou que Donald Trump tem adotado uma política explícita de interferência na política europeia ao pedir resistência, segundo a carta. Miller afirma que não incluir a administração de Trump na apuração deixaria uma lacuna na defesa contra a manipulação política no país.
A carta também traz a defesa de que a investigação seja abrangente para evitar ambiguidades na apuração. Os signatários destacam que reconhecer a ameaça externa e agir com rigor é essencial para manter a integridade do sistema político britânico.
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