A Polícia Federal (PF) prendeu seis pessoas em uma operação contra a mineração ilegal na Terra Yanomami, incluindo policiais civis e militares. As prisões ocorreram após investigações sobre sequestros e torturas para obter informações sobre uma carga de dezoito toneladas de cassiterita, avaliada em R$ 1 milhão. O caso começou em fevereiro de 2023, quando […]
A Polícia Federal (PF) prendeu seis pessoas em uma operação contra a mineração ilegal na Terra Yanomami, incluindo policiais civis e militares. As prisões ocorreram após investigações sobre sequestros e torturas para obter informações sobre uma carga de dezoito toneladas de cassiterita, avaliada em R$ 1 milhão.
O caso começou em fevereiro de 2023, quando dois policiais civis do Amazonas abordaram um agricultor em Caracaraí, Roraima, sob o pretexto de investigar um tiroteio. Na verdade, era uma emboscada. O agricultor foi algemado e torturado para revelar o paradeiro do minério extraído ilegalmente da reserva indígena. Após a tortura, ele foi liberado sob ameaças de morte.
A PF desarticulou um grupo que realizava a escolta e o transporte ilegal do mineral. Entre os presos estão os dois policiais civis envolvidos no sequestro, o delegado chefe e um policial militar de Roraima. A Polícia Civil do Amazonas afirmou que está colaborando com as investigações, enquanto a Polícia Militar de Roraima informou que a Corregedoria está apurando os fatos.
Milícias e Corrupção
A mineração ilegal na Amazônia tem se intensificado, com a presença de milícias e corrupção entre agentes de segurança pública. Um levantamento do Ministério Público de Roraima indica que cerca de cem policiais militares estão envolvidos com a mineração ilegal no estado. As investigações revelam que esses grupos operam com segurança privada, lavagem de dinheiro e até assassinatos.
Em operações anteriores, a PF prendeu policiais que atuavam como “xerifes” em garimpos ilegais, cobrando taxas e fornecendo segurança a mineradoras. Um caso notório envolveu um delegado que controlava áreas de exploração na Terra Indígena Kayapó, cobrando até R$ 500 mil para permitir a extração de ouro.
A situação reflete uma milicianização do garimpo, onde agentes do Estado se tornam aliados de grupos criminosos. O volume de recursos gerados pela mineração ilegal alimenta uma rede de corrupção que compromete a segurança pública e os direitos das comunidades indígenas.
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