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Política
Dawit Isaak recebe prêmio de direitos humanos após 23 anos preso na Eritreia
12 Novembro, 2024

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Dawit Isaak, jornalista detido há 23 anos, recebe o Prêmio Edelstam.
Ele foi preso após publicar críticas ao governo e pedir reformas democráticas.
A premiação ocorrerá em 19 de novembro, com sua filha aceitando o prêmio.
A fundação Edelstam pede a libertação de Dawit e a revelação de seu paradeiro.
Eritreia não tem mídia privada desde 2001, sob regime autoritário de Isaias Afwerki.
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Um jornalista detido em uma prisão da Eritreia sem julgamento por 23 anos, Dawit Isaak, foi agraciado com o Prêmio Edelstam, um reconhecimento sueco de direitos humanos, por sua dedicação à liberdade de expressão. O prêmio foi concedido pela fundação responsável, que destacou o "coragem excepcional" de Dawit, que possui cidadania dupla, eritreia e sueca. Ele foi um dos fundadores do Setit, o primeiro jornal independente da Eritreia, e foi preso em 2001 após a publicação de cartas que pediam reformas democráticas.

Dawit estava entre cerca de duas dúzias de pessoas, incluindo ministros e jornalistas independentes, que foram detidas em uma purga governamental. Desde então, o governo eritreu não forneceu informações sobre seu paradeiro ou saúde, e muitos dos que foram presos com ele são considerados mortos. O Prêmio Edelstam, que reconhece a coragem excepcional na defesa dos direitos humanos, será entregue em 19 de novembro em Estocolmo. A filha de Dawit, Betlehem Isaak, aceitará o prêmio em nome do pai, que continua preso na Eritreia.

O trabalho de Dawit com o Setit incluía críticas ao governo e apelos por reformas democráticas, ações que resultaram em sua prisão em uma repressão ao dissentimento. A fundação Edelstam pediu a libertação de Dawit, instando as autoridades eritreias a revelarem sua localização e a permitirem que ele tenha representação legal. “Dawit Isaak é o jornalista mais detido do mundo. Estamos muito preocupados com sua saúde e seu paradeiro é desconhecido”, afirmou Caroline Edelstam, presidente do júri do prêmio.

A fundação também pediu à comunidade internacional que pressione a Eritreia pela libertação de Dawit e pela promoção de reformas nos direitos humanos. O Prêmio Edelstam homenageia indivíduos que demonstram bravura excepcional na defesa dos direitos humanos, em memória do diplomata sueco Harald Edelstam. A Eritreia é o único país africano sem mídia privada, tendo encerrado a imprensa particular em 2001 sob a justificativa de "segurança nacional". Dawit, que fugiu para a Suécia em 1987 durante a guerra de independência da Eritreia, retornou após a independência do país em 1993, após se tornar cidadão sueco.

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