A Câmara Municipal de São Paulo tem visto um aumento na ideologização dos projetos apresentados por vereadores de primeiro mandato. Dos 55 eleitos, 20 são novatos, muitos com forte presença nas redes sociais, como Lucas Pavanato (PL) e Amanda Paschoal (PSOL), que utilizam estratégias semelhantes para se conectar com suas bases. Enquanto isso, vereadores mais […]
A Câmara Municipal de São Paulo tem visto um aumento na ideologização dos projetos apresentados por vereadores de primeiro mandato. Dos 55 eleitos, 20 são novatos, muitos com forte presença nas redes sociais, como Lucas Pavanato (PL) e Amanda Paschoal (PSOL), que utilizam estratégias semelhantes para se conectar com suas bases. Enquanto isso, vereadores mais experientes acreditam que essa tendência pode diminuir. Atualmente, a Câmara ainda organiza suas sete comissões permanentes, mas já foram protocolados 107 projetos, com 36 deles abordando temas conservadores ou identitários.
O líder do governo na Câmara, Fabio Riva (MDB), prevê que propostas mais voltadas para a cidade ganharão destaque com o tempo. O vereador Marcelo Messias (MDB) observa que a atual dinâmica é diferente do mandato anterior, atribuindo isso à “ansiedade de novo mandato”. Pavanato, que se destacou com a maior votação da capital em 2024, apresentou 23 propostas, a maioria ideológicas, incluindo projetos que visam restringir direitos de pessoas trans e endurecer a legislação sobre aborto.
Amanda Vettorazzo (União Brasil), do MBL, também se destaca com seus projetos, incluindo a “lei anti-Oruam”, que proíbe a contratação de artistas que façam apologia ao crime. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) manifestou apoio à proposta, afirmando que não haverá espaço para apologia ao crime em eventos com recursos públicos. Outros vereadores, como Adrilles Jorge (União Brasil) e Kenji Palumbo (PL), também têm apresentado propostas focadas em segurança e educação, enquanto a esquerda, representada por Keit Lima (PSOL) e Amanda Paschoal, busca abordar questões sociais e identitárias.
Entre os projetos da esquerda, destaca-se a proposta de Keit Lima que proíbe homenagens a escravocratas e a criação de uma frente parlamentar para incluir favelas no orçamento. Paschoal, por sua vez, apresentou iniciativas como a declaração da Parada do Orgulho LGBT+ como patrimônio cultural e a criação do “Dia Municipal da Visibilidade Trans e Travesti”, além de propostas de cota para pessoas trans nas universidades.