Governo Zema enfrenta resistência à cobrança de pedágios em rodovias da Grande BH

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), enfrenta resistência na aprovação de novos pedágios na Grande Belo Horizonte, especialmente na estrada que liga a capital ao Aeroporto de Confins. A oposição vem de moradores, deputados que apresentaram uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e do prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União), que sugere a municipalização do trecho até o aeroporto. A polêmica aumentou após o governo publicar o edital de concessão do Lote Rodoviário Vetor Norte, que abrange 123 quilômetros de rodovias em treze municípios.

A proposta inclui trechos das rodovias MG-010, MG-424 e LMG-800, conectando a capital a destinos turísticos como a Serra do Cipó. O contrato de concessão prevê cerca de R$ 3 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos e R$ 1,3 bilhão em serviços aos usuários, como atendimento médico de emergência. A instalação de 13 pedágios está prevista, com um sistema free flow que substituirá as praças de pedágio convencionais, cobrando proporcionalmente à quilometragem percorrida.

O especialista em trânsito, Frederico Rodrigues, defende que o modelo free flow é mais justo, pois o custo é diluído em trechos menores, ao contrário do sistema atual. A instalação de pedágios é impopular, e Damião se opõe à cobrança, propondo a municipalização da MG-010 para evitar pedágios em Belo Horizonte. Na Assembleia Legislativa, a oposição apresentou uma PEC com mais de 30 assinaturas para proibir pedágios na Região Metropolitana de Belo Horizonte, alegando falta de diálogo do governo com a população.

Zema condicionou a instalação de pedágios à melhoria do trânsito na região e alertou que a aprovação da PEC pode resultar na perda de investimentos devido à falta de infraestrutura. O leilão do trecho está agendado para 13 de junho na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo.