12 de mai 2025
Governo colombiano busca fechar acordo com ex-paramilitares para avançar na paz total
Mesa de trabalho em Montería busca fechar o Acuerdo de Ralito, mas gera tensões no governo de Gustavo Petro. Negociações com ex paramilitares avançam.
Otty Patiño, alto comisionado para a Paz, no Museu Nacional, em Bogotá, em 17 de janeiro de 2023. (Foto: NATHALIA ANGARITA)
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O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, deu um passo significativo em sua política de paz total ao instalar uma mesa de trabalho em Montería, no dia 29 de abril. O objetivo é fechar o Acuerdo de Ralito, um pacto firmado em 2003 com ex-comandantes das Autodefensas Unidas de Colômbia (AUC). A mesa conta com a participação de dezoito ex-paramilitares, incluindo Salvatore Mancuso, mas não tem a presença do comissionado de paz, Otty Patiño.
Desde o início de seu mandato em agosto de 2022, Petro criticou o acordo assinado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Em um encontro com Mancuso, o presidente afirmou que seu governo se compromete a finalizar o processo de desmobilização. Ele destacou que a mesa de negociação deve ocorrer “sem traição e sem medo da verdade”, em referência a Uribe, que foi acusado de ter extraditado ex-paramilitares para evitar revelações sobre suas relações.
Propostas dos Ex-Paramilitares
Os ex-comandantes propuseram compromissos como a ajuda na busca de desaparecidos e a entrega de terras. Além disso, solicitaram o fechamento definitivo de seus processos judiciais no âmbito do sistema de Justiça e Paz. O advogado Juan Carlos Villamizar mencionou que o processo deve ser rápido, com duração de três a quatro meses, se o governo aceitar as propostas.
A mesa em Montería é única, pois a contraparte não é um grupo armado, o que gerou resistência por parte de Patiño. A diretora do Centro Nacional de Memória Histórica, Maria Gaitán Valencia, representou o governo nas negociações. O Centro deve apresentar um relatório sobre a implementação do Acuerdo de Ralito nas próximas semanas.
Desdobramentos e Expectativas
A urgência em finalizar o processo é evidente, especialmente com as eleições legislativas se aproximando. O presidente reiterou sua intenção de concluir o processo de Ralito e mencionou que poderia haver a possibilidade de libertação de alguns ex-comandantes, como Carlos Mario Jiménez, conhecido como Macaco.
Petro também indicou que a negociação poderia incluir membros do Clan do Golfo. Villamizar sugeriu que, se o marco jurídico da mesa de Ralito for adaptado, isso poderia facilitar a inclusão de novos grupos armados, tornando o processo ainda mais ambicioso. A situação continua a evoluir, com os ex-integrantes das AUC buscando consolidar suas propostas em uma mesa nacional.
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