Moradores de Camboinhas, um bairro nobre de Niterói, enfrentam dificuldades com o transporte público, tendo que caminhar longas distâncias até o único ponto de ônibus. Muitas empregadas domésticas e outros trabalhadores gastam cerca de uma hora para ir e voltar do trabalho, e algumas chegam a gastar até R$ 200 por mês em mototáxis. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) entrou com uma ação civil pública pedindo que a prefeitura explique a falta de transporte coletivo na área. O MPRJ quer um estudo técnico que justifique essa decisão, já que a prefeitura alegou que a ausência de ônibus se deve à oposição de alguns moradores. O presidente da associação de moradores, Mario de Carvalho Rocha, se mostrou surpreso com a ação, afirmando que a questão estava resolvida. Ele destacou que o bairro não é adequado para ônibus devido às ruas estreitas e que os moradores têm preocupações com poluição e segurança. No entanto, muitas empregadas relatam que precisam caminhar até o ponto de ônibus e sugerem um ônibus privado para facilitar o acesso. A prefeitura ainda não se manifestou sobre a ação do MPRJ, mas afirmou que valoriza o diálogo com a comunidade.
Camboinhas, bairro nobre de Niterói, enfrenta sérios problemas de transporte público. Moradores e trabalhadores, especialmente empregadas domésticas, precisam caminhar longas distâncias até o único ponto de ônibus disponível. A situação levou o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) a ajuizar uma ação civil pública, exigindo que a prefeitura apresente um estudo técnico que justifique a ausência de transporte coletivo na região.
A ação foi protocolada na última segunda-feira e requer que a administração municipal elabore e apresente, em até noventa dias, o estudo técnico solicitado. O MPRJ iniciou um inquérito civil após receber informações sobre a falta de linhas regulares de ônibus em Camboinhas. Durante a investigação, a prefeitura alegou que a não implementação do serviço se deu por conta da oposição de parte dos moradores, representados pela Associação de Moradores de Camboinhas (Soprecam).
O presidente da Soprecam, Mario de Carvalho Rocha, expressou surpresa com a ação do MPRJ, afirmando que acreditava que a questão estava resolvida desde 2023. Ele destacou que o bairro é coadministrado pela associação e pela prefeitura há quatro décadas, o que contribuiu para sua estruturação. Rocha argumentou que as ruas estreitas do bairro não são adequadas para a circulação de ônibus e que os moradores temem a poluição e a insegurança.
Trabalhadores do bairro relatam dificuldades diárias. Muitas empregadas domésticas levam, em média, uma hora para se deslocar até o ponto de ônibus em Piratininga. Para evitar o cansaço, algumas optam por dividir corridas em aplicativos de carona ou gastam até R$ 200,00 mensais com mototáxis. A equipe de reportagem do GLOBO-Niterói constatou que a maioria dos trabalhadores se desloca a pé, e poucos são transportados até o ponto.
Além disso, as condições das ruas em dias de chuva dificultam ainda mais o deslocamento, com alagamentos em algumas áreas. As empregadas relatam que os ônibus que passam pelo único ponto disponível costumam estar lotados, especialmente nas sextas-feiras e feriados. O MPRJ, em sua ação, enfatiza que a simples alegação da prefeitura sobre a vontade de um grupo de moradores não justifica a falta de um estudo técnico adequado.
O promotor de Justiça Leonardo Cuña ressaltou que a ação não pede a implementação imediata de linhas de ônibus, mas sim que a prefeitura apresente uma justificativa técnica clara para a atual configuração do transporte no bairro. A prefeitura, por sua vez, afirmou que ainda não foi notificada e se manifestará assim que tiver acesso à ação do MPRJ.
Entre na conversa da comunidade