Após a derrota de Jair Bolsonaro em 2022, a direita brasileira está se reorganizando em níveis locais para se preparar para as eleições de 2026. Recentemente, muitos projetos e iniciativas ligados ao bolsonarismo começaram a surgir em câmaras municipais e assembleias, como a expansão de escolas cívico-militares e homenagens a Bolsonaro. Esses projetos refletem uma estratégia de mobilização local, focando em temas como “Deus, pátria e família”, que atraem grupos religiosos. O número de escolas com “militar” no nome aumentou de 283 em 2022 para 367 em 2024, com Goiás liderando essa expansão. Em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas planeja transformar até cem escolas em cívico-militares até 2025. Além disso, foram identificados 30 projetos em câmaras municipais e dez em assembleias que buscam homenagear Bolsonaro, especialmente durante manifestações que pediam anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. A direita também está promovendo pautas de costumes, como a leitura da Bíblia nas escolas e projetos que visam proteger crianças de conteúdos considerados impróprios. Essas ações ajudam a criar uma base para candidatos nas eleições de 2026. O bolsonarismo está se adaptando e se espalhando pelas cidades, buscando fortalecer a presença política local e se conectar com pautas nacionais. No Congresso, parlamentares de partidos conservadores estão se organizando para garantir que a voz da direita esteja presente em todas as discussões, com o objetivo de marcar posição e gerar conteúdo para as redes sociais.
Fora do governo federal desde 2022, a direita brasileira tem buscado novas formas de articulação política em níveis locais. O foco está em implementar projetos bolsonaristas em câmaras municipais e assembleias, visando fortalecer sua base para as eleições de 2026.
Nos últimos meses, propostas ligadas ao bolsonarismo têm ganhado destaque, como a expansão de escolas cívico-militares. Apesar do encerramento do programa federal por Luiz Inácio Lula da Silva, o número de colégios com “militar” no nome aumentou de 283 em 2022 para 367 em 2024. Goiás e São Paulo lideram essa expansão, com governadores cotados para a corrida presidencial.
Além da educação, a direita tem utilizado pautas de costumes e homenagens a Jair Bolsonaro como ferramentas de mobilização. Um levantamento identificou trinta câmaras municipais e dez assembleias legislativas que apresentaram projetos para conceder títulos de cidadão honorário a Bolsonaro e sua família, especialmente durante manifestações que pediam anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro.
Mobilização Local
A vereadora de São Paulo, Zoe Martínez, afirmou que a direita não apenas reage, mas também propõe e ocupa espaço. Projetos como a leitura voluntária da Bíblia nas escolas, apresentados por vereadores, refletem essa estratégia. Em Manaus, uma proposta semelhante foi protocolada, destacando a busca por “edificação espiritual”.
Na Câmara Municipal de São Paulo, a vereadora Amanda Vettorazzo apresentou o “projeto anti-Oruam”, que visa impedir a contratação de artistas com letras consideradas apologéticas ao crime. Essas iniciativas se somam a outras que defendem a família, como a obrigatoriedade do sepultamento de nascituros, ecoando discursos antiaborto.
Estruturação da Direita
Essas articulações locais são cruciais para construir palanques regionais e lançar pré-candidaturas para 2026. Lucas Louback, da organização Nossas, destacou que o bolsonarismo se transformou em uma “máquina de disputa cultural”, agora focada em prefeituras e câmaras municipais.
O cientista político Marco Antônio Teixeira, da FGV, observou que os projetos apresentados fortalecem políticos alinhados ao bolsonarismo e criam uma agenda política para o ex-presidente. A direita também se reorganiza no Congresso, com parlamentares de PL, Republicanos e outras legendas conservadoras coordenando esforços para marcar presença em debates e avançar em pautas que desgastam o governo federal.
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