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A afiliação por vibes transforma a política em emoção e estética no Brasil

A política brasileira enfrenta uma nova dinâmica: a "afiliação por vibes", onde emoções e estéticas superam ideologias nas escolhas eleitorais.

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
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A política brasileira está passando por mudanças, com eleitores se afastando das ideologias tradicionais e escolhendo candidatos com base em afinidades emocionais e culturais. Esse fenômeno, chamado de “afiliação por vibes”, faz com que as pessoas votem em líderes como Bolsonaro e Trump, não por suas propostas, mas pela conexão que sentem com eles. Em vez de se basear em argumentos racionais, os eleitores se guiam por sentimentos e imagens, o que diminui o espaço para debates e negociações. A crise de confiança nas instituições contribui para essa mudança, levando a uma política mais pessoal e menos institucional. A popularidade de figuras como Bolsonaro e Trump mostra como a estética e a emoção podem superar a lógica nas decisões políticas. Isso pode ser perigoso para a governabilidade, pois a estabilidade depende mais da figura do líder do que de processos institucionais. Quando a liderança muda, a situação política pode se tornar caótica. Para melhorar essa situação, é importante que políticos e comunicadores combinem emoções com propostas concretas, promovendo um debate mais substancial e focado em políticas que realmente ajudem as pessoas.

A política brasileira está passando por uma transformação nas afiliações eleitorais, com uma crescente desconexão entre ideologias e a escolha de candidatos. Esse fenômeno, chamado de “afiliação por vibes”, reflete uma crise de confiança nas instituições e altera a lógica tradicional do voto.

Eleitores estão cada vez mais optando por candidatos com base em afinidades emocionais e culturais, em vez de propostas concretas. Essa mudança é evidente no apoio a líderes como Jair Bolsonaro e Donald Trump, que se destacam por suas imagens e posturas, desafiando a lógica política convencional. O conceito de afiliação por vibes, inspirado na ideia de “afiliação por humor” do economista Tyler Cowen, sugere que a decisão política é guiada por instintos e emoções.

A Influência das Emoções

A crise da autoridade institucional, discutida por Martin Gurri em seu livro *The Revolt of the Public*, acelerou essa tendência. Com a perda de credibilidade de partidos políticos e da imprensa tradicional, os eleitores se apoiam em julgamentos instantâneos. A identidade política se transforma em um instinto tribal, onde a lealdade a um candidato é baseada na percepção de que ele “tem a mesma vibe”.

Bolsonaro exemplifica essa dinâmica. Sua ascensão não se deu por uma trajetória ideológica, mas pela defesa de valores conservadores e da moralidade familiar. Mesmo com contradições em sua vida pessoal, ele conseguiu se conectar emocionalmente com seu eleitorado, transformando sua imagem em um símbolo de autenticidade.

O Caso de Trump

O retorno de Trump à Casa Branca ilustra ainda mais essa lógica. Suas políticas, como tarifas comerciais, são defendidas por diferentes grupos com justificativas variadas, mas a popularidade das medidas se baseia na “vibe” de força e nacionalismo que ele representa. A argumentação racional surge apenas como justificativa para uma posição já tomada.

Esse fenômeno representa um desafio à governabilidade. A estabilidade democrática depende mais da figura de liderança do que de instituições. A falta de continuidade nas políticas pode levar a decisões aleatórias, comprometendo a implementação de ações de longo prazo.

A ascensão da afiliação por vibes não é apenas uma curiosidade, mas uma ameaça real à democracia. Para reverter essa tendência, é necessário redirecionar a comunicação política, unindo emoções a propostas concretas. O futuro da democracia depende de um diálogo pluralista e de cidadãos dispostos a questionar o que realmente está em jogo.

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