A população afetada pela tragédia de Mariana (MG) está sem apoio técnico desde o final de maio. A Assessoria Técnica Independente (ATI) Cáritas Mariana encerrou suas atividades em 26 de maio devido à falta de repasse do governo federal. O escritório, que contava com quarenta pessoas, prestava assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da […]
A população afetada pela tragédia de Mariana (MG) está sem apoio técnico desde o final de maio. A Assessoria Técnica Independente (ATI) Cáritas Mariana encerrou suas atividades em 26 de maio devido à falta de repasse do governo federal. O escritório, que contava com quarenta pessoas, prestava assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco em 2015.
O acordo de reparação homologado em novembro de 2024 estabelece que a União deve gerenciar e repassar os recursos da Samarco e suas controladoras, BHP e Vale. Em março, um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou o Fundo Rio Doce, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que deve financiar as ATIs. O Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar informou que está finalizando um projeto emergencial para a ATI de Mariana, mas a liberação dos recursos depende da avaliação do Subcomitê de Participação Social.
Impacto na População
Rodrigo Pires Vieira, coordenador da ATI Cáritas Mariana, destacou que a interrupção do repasse ocorre em um momento crítico para os atingidos. A assessoria orientava sobre programas de indenização e a adaptação ao novo reassentamento em Bento Rodrigues, onde muitas famílias foram realocadas. “É nesse momento que o atingido está determinando a vida dele”, afirmou Vieira.
As famílias, que antes viviam em áreas rurais, agora enfrentam restrições em um reassentamento urbano, onde a presença de animais de grande porte é proibida. O novo local fica a nove quilômetros de suas antigas residências. A ATI também auxiliava na escolha de plantas e materiais para as novas casas. A continuidade do escritório já ocorria de forma emergencial, mas a falta de recursos impede a reabertura das atividades.
Futuro da Assessoria
A expectativa é que oitenta pessoas possam retornar ao trabalho na assessoria, mas a recontratação só poderá ocorrer após um período de três meses a partir da rescisão dos contratos. “Vamos ter que trabalhar um período sem as pessoas que têm todo o histórico de atuação em Mariana”, lamentou Vieira. A situação continua a ser monitorada, enquanto a população aguarda a regularização do apoio técnico essencial para sua recuperação.
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