Luiz Fernando Côrrea continuará como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mesmo após ser indiciado pela Polícia Federal por obstruir investigações sobre um esquema de espionagem irregular chamado “Abin Paralela”. O presidente Lula acredita que o indiciamento não é motivo suficiente para trocar Côrrea. O Palácio do Planalto vai acompanhar o caso, que envolve a utilização de um sistema de monitoramento sem autorização legal durante o governo anterior. As investigações mostraram que a Abin foi usada para fins políticos, incluindo a vigilância de opositores. A relação entre Côrrea e o diretor da Polícia Federal é tensa, refletindo uma disputa de poder entre as duas instituições. Lula costuma esperar por denúncias formais antes de afastar seus auxiliares.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter Luiz Fernando Côrrea como diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mesmo após seu indiciamento pela Polícia Federal. Lula considerou que o indiciamento não é motivo suficiente para a troca no cargo. O Palácio do Planalto acompanhará o andamento do processo, que envolve a investigação da “Abin Paralela”, um esquema de espionagem irregular.
Côrrea e sua equipe foram indiciados por obstruir investigações relacionadas ao caso, que começou a ganhar destaque após a revelação de que a Abin utilizou um sistema de monitoramento sem autorização legal durante o governo Bolsonaro. O presidente tratou da permanência de Côrrea em reunião com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que já havia conversado com o diretor da Abin para tranquilizá-lo sobre seu futuro.
A avaliação no Planalto é de que não há ambiente para uma troca na liderança da Abin neste momento. Lula costuma esperar por denúncias formais na Procuradoria-Geral da República antes de afastar auxiliares diretos. A situação é vista como uma disputa entre a Abin e a Polícia Federal, com Côrrea sendo um homem de confiança de Lula, com quem tem uma relação histórica.
Conflito entre instituições
As investigações da PF revelaram que a Abin atuou de forma irregular, utilizando um sistema conhecido como FirstMile para monitorar alvos sem controle institucional. Esse esquema, que ficou conhecido como “Abin Paralela”, visava, em muitos casos, vigiar opositores do governo anterior, violando normas legais.
Além disso, a apuração indicou que a Abin foi utilizada para fins políticos e pessoais, comprometendo sua missão de defesa do Estado. Mensagens interceptadas pela PF mostram tentativas de embaraçar investigações, incluindo ações contra figuras do Judiciário e do Legislativo. A relação entre Côrrea e o atual diretor da PF, Andrei Rodrigues, é tensa, refletindo a disputa de poder entre as duas instituições.
A situação atual destaca a complexidade do cenário político e institucional, com Lula buscando equilibrar as relações entre a Abin e a PF enquanto enfrenta as consequências das investigações em andamento.
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