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Política
Milei afirma que não precisa ser amigo de Lula para firmar acordos com o Brasil
29 Novembro, 2024

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Javier Milei, presidente da Argentina, anunciou o fim da recessão no país.
O governo argentino firmou acordo com o Brasil para exportação de gás.
A pobreza na Argentina atingiu 53%, apesar da recuperação econômica.
Milei busca estreitar laços com os EUA, mas enfrenta críticas por sua ideologia.
Economistas alertam para riscos de uma crise cambial e impactos sociais das reformas.
Montagem de fotos do presidente Lula (PT) e de Javier Milei, presidente eleito na Argentina (Foto: Gabriela Biló/Folhapress e Agustin Marcarian/Reuters)
Montagem de fotos do presidente Lula (PT) e de Javier Milei, presidente eleito na Argentina (Foto: Gabriela Biló/Folhapress e Agustin Marcarian/Reuters)

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou que não precisa ser amigo do presidente Lula para que os dois países estabeleçam acordos comerciais. Em entrevista ao The Economist, Milei destacou um acordo recente entre os ministérios da Economia dos dois países, que visa facilitar a exportação argentina. Ele enfatizou que sua prioridade é defender os interesses da Argentina, mencionando a importância de vender gás para o Brasil, independentemente das relações pessoais com Lula.

Durante a cúpula do G20, o governo brasileiro assinou um memorando para viabilizar a importação de gás argentino, um passo significativo nas relações comerciais. Milei também comentou sobre a valorização do dólar e as políticas protecionistas dos Estados Unidos, afirmando que, apesar da alta do dólar, a moeda argentina está em queda. Ele ressaltou que sua responsabilidade é focar nas condições econômicas da Argentina, sem se deixar influenciar por pressões externas.

A política externa de Milei tem gerado debates, especialmente em relação ao alinhamento com os Estados Unidos. Desde que assumiu, ele tem buscado estreitar laços com Washington e se distanciado de blocos como os BRICS. Analistas apontam que essa postura pode prejudicar as relações comerciais da Argentina com seus principais parceiros, como Brasil e China, e que a estratégia de Milei pode não se sustentar no atual cenário geopolítico.

Recentemente, Milei anunciou que a recessão na Argentina chegou ao fim, destacando indicadores econômicos positivos, como a queda da inflação e o superávit fiscal. No entanto, críticos apontam que a pobreza aumentou significativamente e que os cortes orçamentários têm gerado resistência social. A revista The Economist descreveu as reformas de Milei como um experimento radical de liberalismo econômico, mas alertou para os riscos sociais e políticos que essa abordagem pode acarretar.

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