O chefe do Serviço Secreto de Inteligência do Reino Unido, Richard Moore, denunciou, nesta sexta-feira (29), uma "campanha incrivelmente imprudente" de sabotagem russa na Europa. Em discurso proferido em Paris, ele destacou que a Rússia intensifica suas ameaças nucleares para intimidar países que apoiam a Ucrânia, enfatizando que a segurança britânica, francesa e europeia está em risco. Moore alertou que a falta de apoio à Ucrânia encorajaria Vladimir Putin e seus aliados, o que poderia ter repercussões globais.

Moore afirmou que o custo de não apoiar a Ucrânia seria "infinitamente maior" do que o custo de fazê-lo. Ele mencionou que, se o Kremlin conseguir transformar a Ucrânia em um "estado vassalo", isso incentivaria não apenas a China, mas também a Coreia do Norte e o Irã a adotar posturas mais agressivas. O discurso teve como objetivo reforçar a solidariedade ocidental, especialmente em um momento em que alguns aliados, incluindo o governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, questionam o apoio contínuo a Kiev.

O chefe de espionagem também se referiu ao aumento das atividades hostis da Rússia, que incluem ataques cibernéticos e incêndios criminosos. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e outras agências de inteligência ocidentais têm alertado sobre a crescente agressão russa, que Moscou nega. Moore ressaltou que, em seus 37 anos de carreira, nunca viu o mundo tão perigoso, citando a ascensão do Estado Islâmico e as ambições nucleares do Irã como ameaças adicionais.

Além disso, a Alemanha investiga incêndios provocados por dispositivos incendiários em encomendas, enquanto a polícia antiterrorismo britânica abriu uma investigação sobre um incêndio semelhante em julho. Fontes de inteligência dos EUA indicam que a Rússia deve intensificar sua campanha de sabotagem contra alvos europeus, aumentando a pressão sobre o Ocidente em relação ao apoio à Ucrânia.