28 de jan 2025
Cipriani: do cardenal influente a acusado de pederastia em meio a polêmicas
Juan Luis Cipriani, cardenal influente, foi afastado por denúncias de pederastia. A acusação, silenciada por mais de 40 anos, foi feita por uma vítima de 1983. Cipriani nega as acusações e critica a forma como foi tratado pelo Vaticano. O cardenal é conhecido por suas opiniões polêmicas sobre gênero e aborto. Sua imagem, antes respeitada, agora é marcada por escândalos e controvérsias.
Foto:Reprodução
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Juan Luis Cipriani, ex-arcebispo de Lima e influente figura da Igreja Católica no Peru, foi cardenal nomeado por João Paulo II aos cinquenta e sete anos. Reconhecido com a Ordem El Sol e a Medalha de Honra em Grande Cruz, ele foi considerado um potencial papa latino-americano em 2005. No entanto, sua trajetória é marcada por controvérsias, especialmente após a revelação de uma denúncia de pederastia que o afastou do cargo em 2019, silenciada por mais de quarenta anos. Um laico alegou ter sido abusado por Cipriani durante a confissão em 1983, mas o cardeal negou as acusações, afirmando que não foi ouvido pelo papa Francisco.
Cipriani, que liderou o Opus Dei no Peru, também enfrentou críticas por sua defesa de Gabino Miranda Melgarejo, um bispo acusado de abusos. Ele pediu compaixão por Miranda, enfatizando que a organização não encobriria tais atos. A vítima de Cipriani relatou ter sido pressionada por pessoas ligadas ao Opus Dei para se retratar. Recentemente, o vicário regional do Opus Dei, Ángel Gómez-Hortigüela, pediu desculpas por não ter acolhido adequadamente a vítima, embora de forma condicional.
Em 2016, Cipriani provocou indignação ao justificar as violências sexuais pela maneira como as mulheres se comportam. Suas declarações geraram protestos e críticas, especialmente por sua postura em relação ao aborto e à educação com enfoque de gênero. Ele se opôs à legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e atacou o novo currículo escolar, afirmando que isso corromperia a moral das crianças. Sua imagem deteriorou-se ainda mais após ser demitido do jornal El Comercio por plágio em suas colunas.
Aos oitenta e um anos, Cipriani enfrenta um período difícil, com apoio de alguns aliados, como o prefeito de Lima, Rafael López Aliaga, que o defendeu publicamente. No entanto, muitos preferem o silêncio diante das graves acusações e da controvérsia que cercam sua figura. A trajetória de Cipriani, marcada por frases polêmicas e decisões controversas, deixa um legado complexo na história da Igreja Católica no Peru.
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