05 de fev 2025
Talibãs fecham rádio feminina no Afeganistão e intensificam exclusão de mulheres
O Talibã suspendeu a Radio Begum, única rádio feminina do Afeganistão, intensificando a exclusão das mulheres. A invasão resultou no confisco de equipamentos e na detenção de funcionários, alegando violações de políticas. A rádio oferecia seis horas diárias de educação, saúde e programas de apoio às mulheres. O Talibã, que prometeu moderar suas ações, fechou escolas e restringiu direitos das mulheres desde 2021. A organização Repórteres Sem Fronteiras condenou a suspensão e pediu a reversão imediata da decisão.
Foto: Reprodução
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A operação da única rádio feminina do Afeganistão, Radio Begum, foi suspensa após uma ação da polícia do Talibã em suas instalações, na terça-feira. Desde que o grupo assumiu o poder em 2021, a exclusão das mulheres da vida pública tem se intensificado. A rádio, que é gerida por mulheres e oferece conteúdo voltado para a educação feminina, relatou que os oficiais do ministério da informação e cultura do Talibã restringiram a equipe e apreenderam equipamentos, como computadores e celulares, além de deter dois funcionários masculinos.
O ministério confirmou a suspensão da rádio, alegando várias violações de "política de transmissão e uso inadequado da licença", incluindo a "fornecimento não autorizado de conteúdo a um canal de televisão baseado no exterior". Embora não tenha identificado o canal, o ministério afirmou que decidirá sobre o futuro da rádio "em devido tempo". A Radio Begum transmitia seis horas diárias de aulas e programas sobre saúde e psicologia, oferecendo educação a meninas em um país onde o acesso à escola é severamente restringido.
Desde a tomada do poder, o Talibã tem endurecido seu controle sobre a mídia, fechando pelo menos 12 veículos de comunicação no ano passado, conforme dados da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). O grupo, que não é reconhecido pela maioria dos países, inicialmente se apresentou como mais moderado, prometendo permitir que as mulheres continuassem seus estudos. No entanto, desde então, tem fechado escolas secundárias para meninas e restringido a participação feminina em diversas áreas, incluindo o trabalho e a educação.
Além disso, o regime impôs restrições severas, como a proibição de vozes femininas em público e a necessidade de um acompanhante masculino para viagens. Essas medidas dificultam ainda mais o alcance da Radio Begum ao seu público feminino, que já enfrenta desafios significativos para acessar educação e informações em um ambiente cada vez mais opressivo.
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