Analistas acreditavam que a volta de Donald Trump ao poder ajudaria a eleger líderes populistas em todo o mundo, como aconteceu com Jair Bolsonaro e Viktor Orbán. No entanto, a situação atual mostra resultados diferentes. No Canadá, a postura agressiva de Trump fez com que a oposição conservadora perdesse força, levando à vitória de Mark Carney, um moderado, nas eleições. Na Austrália, o primeiro-ministro Anthony Albanese também se beneficiou do sentimento anti-Trump, derrotando o conservador Peter Dutton. Em contrapartida, no Reino Unido, Nigel Farage se fortaleceu ao adotar o estilo de Trump, ganhando apoio nas eleições locais. Isso mostra que, enquanto em alguns lugares a figura de Trump une eleitores moderados contra o extremismo, em outros ele ainda inspira líderes populistas. No Brasil, a influência de Trump é ambígua; ele continua sendo uma figura visível, e seus aliados, como Jair Bolsonaro, podem ser afetados por sua reemergência. A situação brasileira pode seguir o exemplo do Canadá e da Austrália ou se alinhar ao modelo britânico, onde o estilo de Trump ainda é visto como uma estratégia política válida.
Até recentemente, analistas acreditavam que a volta de Donald Trump ao poder facilitaria a ascensão de líderes populistas globalmente. No entanto, a realidade do segundo mandato de Trump apresenta nuances inesperadas. No Canadá e na Austrália, sua retórica hostil teve o efeito oposto, enfraquecendo candidatos alinhados ao trumpismo.
No Canadá, a postura de Trump provocou uma reação nacionalista que resultou na eleição de Mark Carney, um tecnocrata moderado, como primeiro-ministro em 28 de abril. Carney venceu com um mandato robusto, contrastando com o radicalismo da direita pró-Trump. Na Austrália, o primeiro-ministro Anthony Albanese, de centro-esquerda, também se beneficiou do sentimento anti-Trump, triunfando nas eleições em 3 de maio.
Efeito Contraditório no Reino Unido
Enquanto isso, no Reino Unido, a influência de Trump se manifesta de forma diferente. Nigel Farage, líder do Reform UK, adotou o estilo MAGA, com ataques às elites e promessas de “recuperar o país”. Seu partido avançou nas eleições locais em 1º de maio, desafiando o duopólio partidário britânico. Farage demonstra que o trumpismo ainda encontra apoio em sociedades com desafios econômicos e desilusão política.
A volta de Trump não garante uma nova onda global de adesão ao seu estilo de governar. Em muitos países, sua figura pode acelerar a rejeição ao radicalismo e fortalecer lideranças moderadas. No entanto, em outros, como no Reino Unido, ele continua a ser um símbolo poderoso para populistas com tendências antidemocráticas.
Implicações no Brasil
No Brasil, a situação é ambígua. Trump mantém grande visibilidade no debate público, encorajando figuras próximas, como Jair Bolsonaro. Desde 2018, o Brasil tem espelhado aspectos da política norte-americana, incluindo retórica antissistema e recusa em aceitar resultados eleitorais. A influência de Trump nas eleições brasileiras de 2026 ainda é incerta, podendo tanto fortalecer quanto enfraquecer candidatos locais. A pergunta central será: em quais países Trump será visto como um exemplo a ser seguido e em quais como um modelo a ser evitado?
Entre na conversa da comunidade