Escândalo na Universidade de Agadir revela corrupção na concessão de títulos de máster

Um professor da Universidade de Agadir, Ahmed Kaillech, foi preso no dia 13 de maio por vender títulos de máster em Direito. O caso gerou grande indignação pública e levou o Ministério de Ensino Superior a investigar a chamada “mafia acadêmica”.

Denúncias apontam que Kaillech, ex-militante do partido União Constitucional, entregou diplomas em troca de dinheiro e favores pessoais. Ele é acusado de favorecer alunos com vínculos influentes, excluindo estudantes com bom desempenho acadêmico. A prisão do professor expôs um escândalo que estava sendo ignorado há dois anos, apesar de várias denúncias.

Repercussão e Investigação

O escândalo ganhou destaque na mídia local, especialmente com a proximidade das eleições legislativas. A situação gerou um clamor nas redes sociais, onde cidadãos expressam sua indignação. A Instância Nacional de Probidade, Prevenção e Luta contra a Corrupção confirmou que a corrupção no país é um problema estrutural, com 72% da população reconhecendo a prevalência de práticas fraudulentas.

Além de Kaillech, sua esposa e filho também estão sob investigação. O primeiro-ministro Aziz Ajanuch comentou que o sistema de ensino superior está colapsado e que é necessário repensar a oferta universitária. Ele destacou que o país possui apenas uma dúzia de universidades públicas, em comparação com outras nações.

Contexto de Corrupção

A corrupção no sistema de ensino superior marroquino não é um fenômeno isolado. Em 2021, um escândalo envolvendo aprovações em troca de favores sexuais abalou a Universidade de Settat. A situação atual reflete uma crise mais ampla na educação, com muitos alunos saindo sem obter um diploma. A queda de Marrocos no Índice de Percepção de Corrupção da Transparência Internacional é um indicativo da gravidade do problema, com o país caindo de 73º para 97º lugar em cinco anos.