Cassação de Carla Zambelli pode impactar outros deputados do PL em São Paulo

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi cassada pela Justiça Eleitoral e se tornou inelegível até 2030, após afirmar, sem provas, que houve fraudes nas urnas eletrônicas. A decisão ocorreu na última quinta-feira, 30 de janeiro, mas Zambelli permanece no cargo até que outros recursos sejam julgados. Em 2022, ela foi a candidata mais votada do PL em São Paulo, com 946.244 votos, ficando atrás apenas de Guilherme Boulos (PSOL), que obteve 1.001.472 votos.

A cassação de Zambelli pode ter um impacto significativo, não apenas em sua carreira, mas também na de outros deputados que ela ajudou a eleger. A parlamentar conseguiu 2,8 cadeiras para o PL, e a perda de seu mandato exigiria um recálculo do quociente eleitoral, afetando a distribuição de cadeiras entre os partidos. Ana Claudia Santano, diretora-executiva da Transparência Eleitoral Brasil, destaca que isso pode reconfigurar a composição da Câmara.

Entre os deputados que podem ser prejudicados estão Tiririca, Paulo Bilynskyj, Antonio Carlos Rodrigues e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que juntos conquistaram menos de um terço dos votos de Zambelli. A distribuição de cadeiras no Legislativo é proporcional, e os votos são atribuídos ao partido, não ao candidato individualmente. O quociente eleitoral em São Paulo, em 2022, foi de 333.937 votos, resultando em 16 vagas para o PL.

Um caso semelhante ocorreu em 2021, quando Fernando Francischini (PL) foi cassado no Paraná por desinformação sobre urnas eletrônicas. Sua remoção resultou na perda de 427 mil votos e na redução de quatro cadeiras para o partido, demonstrando como a cassação de um parlamentar pode ter efeitos multiplicadores na composição legislativa.