A juíza Nuria Ruiz Tobarra, responsável pela investigação da tragédia ocorrida em Catarroja, Valencia, que resultou em 225 mortos e três desaparecidos no dia 29 de outubro, emitiu um despacho que representa um avanço significativo na apuração do caso. O documento inclui a imputação de responsáveis da Emergência da Generalitat Valenciana, como a ex-consellera Salomé […]
A juíza Nuria Ruiz Tobarra, responsável pela investigação da tragédia ocorrida em Catarroja, Valencia, que resultou em 225 mortos e três desaparecidos no dia 29 de outubro, emitiu um despacho que representa um avanço significativo na apuração do caso. O documento inclui a imputação de responsáveis da Emergência da Generalitat Valenciana, como a ex-consellera Salomé Pradas e o ex-secretário autonômico Emilio Argüeso. A juíza critica a gestão do governo de Carlos Mazón, refutando suas justificativas sobre a falta de informações para alertar a população.
Ruiz Tobarra destaca que a Agência Estatal de Meteorologia (Aemet) havia alertado com antecedência sobre a gravidade da situação, contradizendo a alegação do Consell de que não havia dados confiáveis. A magistrada afirma que a previsão estava nas mãos das autoridades e que a Universidade de Valencia já havia suspendido aulas para proteger seus alunos. Ela considera a mensagem enviada aos celulares como “tardia e errônea”, já que não alertou sobre a necessidade de se refugiar em áreas altas, onde muitos dos falecidos estavam.
A juíza também critica a atuação do Cecopi, o órgão de emergências, que se reuniu apenas à tarde, quando já havia um grande número de chamadas de emergência. Ruiz Tobarra considera que a convocação deveria ter ocorrido mais cedo e que a administração falhou em alertar a população de forma eficaz. Ela menciona que houve “apagões” durante a reunião, dificultando a comunicação entre os representantes das instituições. A falta de registros da reunião também é apontada como uma falha grave.
Por fim, a juíza enfatiza que a responsabilidade de alertar a população e minimizar os danos da catástrofe era do governo autonômico. Ela argumenta que a negligência dos dirigentes da Generalitat, que não utilizaram as informações disponíveis para agir, pode configurar imprudência grave com implicações penais. A magistrada conclui que a administração teve uma “inatividade patente” e que a tragédia poderia ter sido evitada com uma resposta mais ágil e informada.
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