A Conafer, presidida por Carlos Lopes, está sendo investigada pela Polícia Federal por fraudes no INSS, com denúncias de descontos indevidos em aposentadorias e pensões que somam R$ 688 milhões desde 2019. Recentemente, a entidade foi condenada 28 vezes em uma semana a devolver valores em dobro e a pagar danos morais a aposentados. As condenações ocorreram após uma megaoperação da PF, que revelou que a Conafer e outras entidades estavam envolvidas em um esquema que desviou bilhões de reais ao realizar descontos sem autorização dos beneficiários. A maioria das condenações aconteceu em São Paulo, e muitos aposentados relataram que não autorizaram os descontos, que apareciam como “Contrib. Conafer” em seus extratos. A Conafer não apresentou defesa em muitos dos processos e agora enfrenta uma avalanche de reclamações na Justiça.
A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), presidida por Carlos Lopes, enfrenta sérias acusações de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Desde 2019, a entidade é investigada por descontos indevidos em aposentadorias e pensões, totalizando R$ 688 milhões. Recentemente, a Conafer foi condenada em 28 ações judiciais em apenas uma semana, obrigando-a a restituir valores em dobro e a pagar danos morais a aposentados.
A Operação Sem Desconto, realizada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), revelou que a Conafer atuava como intermediária para facilitar o acesso de agricultores a benefícios previdenciários. No entanto, muitos beneficiários relataram que não autorizaram os descontos. A CGU ouviu 56 pessoas em 16 estados, todas afirmando que não consentiram com as cobranças.
Entre 2019 e 2024, a Conafer registrou um aumento de 790 vezes nos descontos, saltando de R$ 350 mil em 2019 para R$ 277,1 milhões em 2023. A entidade é a que mais recebe reclamações por descontos não autorizados, com 3.726 queixas registradas no site Reclame Aqui. A maioria das condenações judiciais ocorreu em São Paulo, seguido por Alagoas e Amazonas.
Além das condenações, a Conafer é alvo de uma investigação que pode revelar um esquema de desvio de até R$ 6,3 bilhões em benefícios do INSS. A entidade, que se apresenta como defensora dos direitos previdenciários de trabalhadores rurais e indígenas, enfrenta forte oposição, incluindo uma nota de repúdio da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que a acusa de desvio de recursos.
Carlos Lopes, presidente da Conafer, declarou que observa o desdobramento do inquérito com serenidade e confia no sistema judiciário. A Conafer afirma que sua receita do INSS representa apenas 11% do total da entidade e se coloca à disposição para esclarecimentos.
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